Uma vitória tangencial para o Benfica, por 2-1, com os golos dos encarnados conseguidos por Di Maria a partir de duas grandes penalidades, a segunda das quais já no período de compensação dado pelo árbitro, quando muitos adeptos benfiquistas já não acreditavam que fosse possível evitar o empate, assim se pode resumir o jogo realizado com pouca ou nenhuma qualidade do Benfica na recepção aos franceses do Toulouse.

Depois de um primeiro tempo sem golos, o Benfica foi a primeira equipa a marcar, ao minuto 68', por Di Maria, que bateu uma grande penalidade “descoberta” pelo VAR quando Logan Costa controlou a bola com o braça na discussão pela posse do esférico com Aursnes. O jogador da turma gaulesa meteu mesmo o braço à bola, o VAR viu e o árbitro confirmou a grande penalidade que o argentino Di Maria converteu. Só que o Toulouse não baixou os braços e oito minutos decorridos, ao minuto 76', conseguiu responder ao primeiro golo do Benfica repondo a igualdade, num golo de Desler que apareceu sem qualquer marcação dentro da grande-área do Benfica a bater um desamparado Trubin.

A menos de um quarto-de hora para o final da partida, e depois de mais de dois terços de um jogo em que o Benfica não havia convencido ninguém, o Toulouse voltava a empatar o jogo e parecia ter tudo para conseguir levar esse resultado para o jogo da segunda mão deste playoff de apuramento para os oitavos de final da Liga Europa.

Roger Schmidt, que para este jogo voltou a apostar em Arthur Cabral para a posição de ponta-de-lança, ao contrário do que aconteceu em Guimarães no jogo do último fim-de-semana para o campeonato, e que entretanto já fizera entrar Bah e David Neres, no segundo tempo, ao minuto 59', por troca com Alvaro Carreras e João Mário, voltou a mexer na equipa, optando então por tirar Arthur Cabral para chamar ao jogo Marcos Leonardo, ao minuto 88'. Só que esta alteração não caiu bem entre os adeptos benfiquistas que brindaram Schmidt com um coro de assobios, não percebendo a saída de um avançado visto como um jogador “com golo” quando os encarnados precisavam de marcar.

Di Maria fez a diferença... e marcou!

Acabaria por valer ao Benfica, uma vez mais, o argentino Di Maria, primeiro porque é nele que começa o lance que viria a resultar em nova grande penalidade para os encarnados, quando Marcos Leonardo “ganhou” nova grande penalidade ao ser pisado dentro da área do Toulouse por Mawissa, jogador que viu o segundo amarelo e o consequente vermelho, e depois porque o argentino foi chamado de novo a bater também este castigo máximo, rematando agora para o lado esquerdo do guarda-redes Restes, ele que ficou desta feita no meio da baliza onde tinha sido batido no primeiro penálti.

No último minuto do tempo de compensação, quando alguns benfiquistas já não acreditavam que ainda fosse possível vencer este “acessível” adversário de nome Toulouse, equipa que pela primeira vez defrontou o Benfica em jogos oficiais, Di Maria acabou assim por assinar o segundo golo dos encarnados, tal como já havia feito com o primeiro, fazendo a diferença numa equipa que esteve muitos furos abaixo do que seria de esperar deste conjunto às ordens de Roger Schmidt.

Com uma exibição cinzenta e sem chama, sem ideias nem capacidade de causar desequilíbrios, o Benfica venceu com duas grandes penalidades, uma bola na colocada na trave ainda no primeiro tempo por Rafa, num remate em arco que merecia melhor sorte, e mais dois ou três remates que fizeram passar a bola perto dos postes da baliza de Restes mas sempre desenquadrados.

O guarda-redes do Toulouse, aliás, não fez uma única defesa digna desse nome e acabou por valer ao Benfica a capacidade de Di Maria de fazer a diferença e um ou outro lance de Rafa e João Neves.

Kokçu raramente teve espaço para aparecer no jogo, João Mário foi quase sempre inconsequente e até David Neres, quando entrou, acabou por ser “engolido” pelo cinzentismo da exibição da equipa benfiquista que terá de fazer muito mais e melhor no jogo da segunda mão deste playoff no terreno do Toulouse.

Para já, porém, o foco dos encarnados irá estar no jogo do próximo domingo na Luz frente ao Vizela, outro adversário tido como “acessível” que virá a Lisboa para surpreender. O Toulouse quase o conseguiu...

texto: Jorge Reis
fotos: Diogo Faria Reis
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