A Aula Magna foi o palco escolhido em Lisboa para o Festival de Flamenco Heritage, evento realizado nos passados dias 3 e 4 de Novembro quando a música, mas também a dança e a paixão aqueceram os lisboetas em noites quase de Inverno.
A propósito do Festival de Flamenco Heritage, estamos perante um evento produzido em Portugal que tem por objectivo estreitar relações culturais entre dois países vizinhos, Portugal e Espanha, e que este ano irá decorrer pela primeira vez até ao dia 15 de Novembro distribuído por várias cidades, com o objetivo de dar a conhecer os melhores intérpretes e compositores da música e dança flamenca e a sua fusão com as culturas ibérica e portuguesa.
O canal de Cultura do portal LusoNoticias acompanhou este espetáculo na passada sexta-feira, 3 de Novembro, uma noite preenchida pelo Flamenco da Extremadura, Raíces, contando com a actuação de Miguel Vargas, um ícone da música flamenca, acompanhado pela guitarra de Juan Vargas, o cante de "La Kaita" e "Alejandro Vega", e a dança de "El Peregrino". O público ouviu, aplaudiu, e deixou claro que gostou de um espectáculo que cada vez possui mais fãs do lado de cá da fronteira entre Portugal e Espanha.
"Flamenco de Sangre", Grande Gala de Baile Flamenco, deu inicio à segunda parte deste evento e o público teve a honra de apreciar e aplaudir em ovação os irmãos Miguel Fernández, El Yiyo, e Ricardo Fernández, El Tete, ambos excelentes bailarinos com uma performance e linguagem gestual expressiva, vigorosa, sensual e que transpira emoção.
Miguel, com apenas vinte anos, é já hoje considerado a nova figura do mundo do Flamenco, contando com mais de 30 actuações nos festivais de Flamenco em Espanha, França, Portugal e Taiwan. Já em relação a Ricardo, segue os passos do seu irmão com igual garra, energia e muita alma.
A música e dança flamenca são um ícone de Espanha e mais que um legado. Afinal, o flamenco canta-se, dança-se e vive-se com paixão, sendo sempre um legado de orgulho, de sangue, de cultura e História. Em redor destas características, aliás, foi possível ter um festival intimista e familiar de nível superior.
O público não regateou aplausos, agradeceu calorosamente e saiu da Aula Magna de alma e coração cheio.
texto: Glória Resende
fotos: Tito de Sousa
{gallery}2017/LusoCultura/Espectaculos/171103-FlamencoHeritage{/gallery}