O contexto de pandemia em que vivemos tem levado diversas organizações a reclamar das entidades governamentais crescentes apoios que aparentemente têm sido insuficientes para manter muitos agentes económicos em actividade e com liquidez. No Algarve, região que acusa dificuldades particulares por força do fecho de fronteiras e numa altura em que as ligações aéreas com o exgterior não são permitidas, os empresários e diversas Associações, reunidos durante o fim de semana, manifestaram a exigência de apoios reforçados.
Durante um 'Webinar' promovido no passado sábado, 27 de Fevereiro, pelo Núcleo de Faro da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME), evento que contou com a participação diversas associações empresarias e empresários de vários sectores de actividade da região do Algarve, foram transmitidos os sentimentos de falta de informação, incerteza e medo de investir assumidos pela generalidade dos participantes.
Neste encontro digital ficou assim patente a incompreensão sobre a forma como o governo está a lidar com a situação pandémica, confirmando várias situações já referenciadas pela CPPME, na complexidade de acesso aos apoios, na discriminação de sectores de actividade, na falta de celeridade com que são disponibilizados. Em comunicado distribuído pelas redacções é destacado que o Algarve, cuja actividade económica está maioritariamente dependente do turismo, “precisa que o Governo tenha em atenção essa especificidade. A vida das empresas da região e de quem nelas trabalha precisam de apoios específicos.”
A CPPME manifestou ainda a disposição de propor ao Governo que a Linha de Apoio à Valorização do Algarve seja convertida em apoio à tesouraria nos mesmos moldes previstos na referida linha, ou seja “75% de financiamento através do turismo de Portugal para as PME e 25% através de Instituição de Crédito protocolada.”
“A parte da componente do financiamento atribuído pelo Turismo de Portugal poderá ser convertida em incentivo não reembolsável, a concretizar-se a manutenção da totalidade dos postos de trabalho existentes à data da atribuição do Apoio”, acrescenta o mesmo comunicado que dá conta que “o apoio à tesouraria, tal como já consta da referida linha, ficará condicionado a um reembolso no prazo máximo de 15 (quinze) anos, incluindo um período máximo de carência de 4 (quatro) anos.”
Segundo esta posição da CPPME, “trata-se da adaptação de uma linha de apoio já existente, com dotação orçamental aprovada e fundos comunitários que se pretende redireccionar, acolhendo, assim, as reclamações do sector do Turismo do Algarve que à data se vê votado a um total abandono de apoios, quando existem apoios com verba orçamentada que não têm candidaturas, como é o caso da Linha de Apoio à Valorização do Algarve, uma vez que este pressupõe investimento em projectos novos e urge salvaguardar os projectos que já estão em execução, asfixiados pela crise pandémica que fustigou este sector.”
A CPPME propõe-se ainda a dar continuidade à promoção de iniciativas de contacto com empresários e associações de empresários “de forma a manter um contacto próximo com a sua realidade, de forma a registar as suas preocupações e assim contribuir para a criação de medidas concretas e que vão ao encontro das necessidades que os empresários demonstram nesta crise pandémica.”
E no fecho do comunicado da CPPME fica uma garantia segundo a qual esta entidade “continuará a exigir do governo a atribuição às empresas dos meios que lhe são indispensáveis para permitir resistir à actual crise e relançar a recuperação dos seus negócios.”