Depois daquilo que ficou conhecido como o “caso Robles” ter afectado a tranquilidade política em redor da autarquia de Lisboa, quando o então vereador eleito pelo Bloco de Esquerda, Ricardo Robles, se viu envolvido num escândalo de alegada especulação imobiliária com um imóvel em Alfama, eis que surge hoje mais um caso que promete dar que falar em torno da Câmara de Lisboa, depois de ter sido divulgada esta segunda-feira a informação segundo a qual a residência oficial do presidente da Câmara de Lisboa, que no passado já alojou Pedro Santana Lopes mas também o actual primeiro-ministro António Costa, está disponível para alojamento local no Booking, site internacional de reservas turísticas.

A notícia, adiantada pela agência Lusa, dá conta que a licença de utilização do imóvel, localizado na Estrada no Penedo, na Ajuda, já no parque florestal do Monsanto, surge disponível no Booking para alojamento local desde Agosto deste ano, tendo um custo por noite que pode ultrapassar os 800 euros. O imóvel, de acordo com as indicações do próprio sítio online booking.com, dispõe de quatro quartos, sala de estar, área para refeições e cozinha bem equipada com lava-louças. Acrescenta o booking que a habitação “também oferece TV de tela plana, máquina de lavar roupa e banheiro com banheira e chuveiro”, sendo ainda permitido ao potencial hóspede que disfrute de “um café da manhã continental servido diariamente na propriedade”.

Piscina ao ar livre, jardim e ‘lounge’ partilhados são outras características anunciadas pelo Booking relativamente a este imóvel actualmente entregue à gestão da empresa MCO II, a mesma que tem a seu cargo a gestão de outros espaços que são propriedade da autarquia como o Mercado de Campo de Ourique, o Moinho do Penedo e a Quinta da Pimenteira, estes dois últimos também em Monsanto “ganhos” por aquela empresa através de um concurso lançado pelo município lisboeta em 2014.

Câmara de Lisboa recusa polémica

Do lado da Câmara Municipal de Lisboa o entendimento vai no sentido de não haver qualquer polémica em redor desta situação tendo fonte camarária dito à TSF que o imóvel em questão estava em mau estado e foi “pensado para alojamento local em 2014”, altura em que a Câmara começou a receber 2600 euros por mês de concessão pela residência que, segundo a mesma fonte, “já não é residência oficial há vários anos”, sendo que “sem este valor da concessão, a casa não teria sido recuperada.”

Ainda à TSF, a mesma fonte da CML adianta que o investimento total que permitiu a recuperação total do imóvel da Câmara rondou os 3 milhões e 700 mil euros, montante que permitiu que a casa fosse recuperada e poder ser disponível para alojamento online. A este propósito, o vereador José Sá Fernandes garantiu já que “há total transparência» neste processo”, e acrescenta: “A casa já foi usada para eventos. A Câmara pode usar estes edifícios três vezes por ano, abertos à população em geral”.

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