Quando, há 20 anos, João Pedro Pais iniciou a sua carreira musical, estaria longe de pensar que iria chegar onde chegou, mas a qualidade do que interpretou e do que compôs levaram-no a isso . Agora, após 20 anos desde o início, o Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, teve lotação esgotada para receber este músico na celebração de uma carreira preenchida com temas de enorme sucesso.
Na noite de 4 de Novembro, em Sintra, João Pedro Pais pôde assim comemorar com o público o lançamento do seu novo álbum – 20 anos –, um trabalho conseguido em redor de temas que marcaram a sua carreira, lado a lado com duas músicas inéditas que têm tudo para conseguirem o seu espaço. Músico “a sério” desde 1997, quando editou o seu primeiro disco, a verdade é que João Pedro Pais chegou à ribalta dois anos antes, em 1995, quando passou pelo programa televisivo “Chuva de Estrelas”, que curiosamente nem sequer ganhou.
Agora, duas décadas depois, esperava-se da passagem de João Pedro Pais pelo palco o Centro Cultural Olga Cadaval um concerto de emoções, algo que o artista permitiu em todo o esplendor, sem desiludir o seu público a quem agradeceu sempre, intercalando aqui e ali com algumas histórias de uma carreira de sucesso.
Após uma breve introdução musical, João Pedro Pais surge no palco levando consigo um alinhamento em que constam os grandes sucessos da sua carreira, para além de dois novos temas. “Ninguém”, “Nesse dia choveu”, “Havemos de lá chegar”, “Não há”, “Faz tempo”, “A palma e a mão”, “Isto do Amor”, “Mentira”, “Estás à espera de quê”, “És do Mundo”, “Mais que uma vez”, o sempre incontornável “Nada de nada”, ainda o “Louco” e “Passo a passo”, passaram assim pelo palco da sala sintrense.
Já em relação a uma das novas músicas – “És do Mundo” –, João Pedro Pais recolheu a opinião do seu filho que lhe disse: “É a melhor música que já fizeste!” Muito positiva foi também a opinião do seu editor, como revelou João Pedro Pais, ele que agradeceu este regresso a Sintra acompanhado por Rui Almeida ao piano e Pedro Henriques na guitarra portuguesa. Fernando Tavares esteve encarregue da percussão enquanto que Sérgio Mendes esteve na guitarra.
No diálogo com o público, João Pedro Pais partilhou aquilo que ainda há pouco tempo havia comentado com a sua mãe, que não sabia se devia ou não continuar a cantar. A resposta não poderia ser mais clara: “Filho, enquanto não te mandarem embora, deixa-te estar….”
Visivelmente emocionado, João Pedro Pais agradeceu a todo o seu público deixando um conselho: “sejam felizes”. Depois, e apesar da tentativa de terminar a noite, a verdade é que o público não se demoveu e pediu por mais, avançando o músico para um “encore” iniciado por mais uma música tocada ao piano e dedicada à sua mãe.
Por esta altura, João Pedro Pais recordava quão íntimos e únicos eram os momentos que partilhava com a sua mãe. O “Tema da Mãe” não deixa ninguém indiferente, e o músico refer mesmo que iria fazer um pedido à sua Mãe: “Que vos proteja a todos e eu sei que ela o fará”…
Antes de tocar a melodia ainda referiu o filme francês “Amigos improváveis” e a banda sonora de Ludovico Einaudi. Depois, no encore seguiram-se os temas “Um resto de tudo” e “Lembra-te de mim”, vindo a terminar o espectáculo com chave de ouro ao som do “Um volto já”.
Pela nossa parte, acreditamos que sim e esperamos que sim... João Pedro Pais, volta já!
texto: Ana Cristina Augusto