A 13ª edição do festival NOS Alive, que tem lugar esta semana nos dias 11, 12 e 13, quinta, sexta e sábado no Passeio Marítimo de Algés, será “o primeiro festival de música do mundo a ser realizado em experiência 5G”. A informação foi dada por Rita Torres Baptista, responsável máxima pelo marketing e comunicação da NOS, durante a apresentação do recinto aos jornalistas realizada esta segunda-feira no Passeio Marítimo de Algés, na companhia também de Álvaro Covões, pelo 13ª ano o promotor deste festival, mas também de Isaltino Morais, o presidente da Câmara Municipal de Oeiras que fez questão de destacar a importância deste evento para o município.

As novidades mais impactantes acabaram por ser permitidas por Rita Torres Baptista segundo a qual, e para além de estarmos perante o primeiro festival em ambiente 5G, haverá no palco Clubbing “uma câmara a 360º que vai transmitir concertos, que podem ser vistos com óculos 3D na zona de convidados e na bancada”. Em diálogo com os jornalistas mantido na nova bancada da NOZ com vista privilegiada para o Palco NOS, aquela responsável garantiu ainda que não haverá problemas de comunicações no festival que garante uma interactividade muito para além dos limites do Passeio Marítimo de Algés, e mesmo para além das fronteiras nacionais ou não fosse este festival um evento divulgado a nível mundial e com presença de festivaleiros vindos dos quatro cantos do globo.

No recinto do festival há sete palcos, um dos quais no pórtico de entrada, sendo que por esses palcos irão passar, ao longo dos três dias do NOS Alive, dezenas de artistas, portugueses e estrangeiros. O cartaz inclui artistas e bandas como The Cure, Mogwai, Vampire Weekend, The Smashing Pumpkins, Bon Iver, Loyle Carner, Jorja Smith, Cut Copy, Thom Yorke, Emicida, Bob Moses, Trikk, Linda Martini, Ornatos Violeta, The Gift, Camané, Ricardo Toscano, Stereossauro e Cristina Branco.

Nos três dias, a programação do palco Fado Café irá encerrar com a atuação da banda Variações, criada no âmbito do filme de tributo a António Variações, e que junta o ator Sérgio Praia aos músicos Duarte Cabaça, David Santos, Vasco Duarte e Armando Teixeira, este último responsável pela banda sonora do filme, que chega aos cinemas a 22 de agosto. Esta banda Variações, aliás, pôde estrear-se na passagem dos jornalistas pelo espaço do EDP Fado Café, merecendo Sérgio Praia um enorme aplauso pela forma como conseguiu reviver o mítico António Variações a quem Praia, olhando para o alto, deixou um agradecimento ao cantor e compositor falecido a 13 de Junho de 1984.

Pelo caminho, durante a visita dos jornalistas ao recinto do NOS Alive, Álvaro Covões recordou a “pegada de responsabilidade social” que este NOS Alive tem conseguido ao longo dos 13 anos que leva de edições, lembrando, por exemplo, o programa das bolsas de investigação permitido por este festival — “Há hoje 30 cientistas que começaram a carreira como bolseiros do NOS Alive” —, mas também as condições para acolher grávidas e pessoas com mobilidade reduzida e a atenção dada à sustentabilidade ambiental, recordado que o lixo gerado no festival tem sido “usado para a construção de mobiliário urbano”.

Ainda a propósito das pessoas com mobilidade reduzida que venham até ao NOS Alive, Álvaro Covões garantiu que será assegurado o transporte a todos, “nem que seja necessário que a própria organização leve essas pessoas a casa”, assegurando que “ninguém ficará sozinho à espera de transporte como, contou, aconteceu no ano passado a um jovem que veio até ao Passeio Marítimo de Algés de onde apenas conseguiu sair já depois das 06h da manhã, algo que, prometeu, este ano não irá acontecer. Criticando o facto do Estado não permitir condições para que indivíduos com mobilidade reduzida tenham transporte 24 horas por dia, Álvaro Covões deixou assim a promessa que essa questão não será problema no NOS Alive.

Ponto alto da visita dos jornalistas ao recinto do NOS Alive foi a passagem pelo espaço do Palco Comédia onde estará em destaque o trabalho de Odeith, um dos artistas portugueses com maior projeção internacional. O palco Comédia do festival volta assim este ano “a ser transformado em instalação de arte” tendo a escolha recaído desta vez, depois de Bordalo II em 2018, agora em Odeith, como deu conta Álvaro Covões. Natural da Amadora, Odeith começou a pintar na rua e em linhas de comboios, trabalhou mais de uma década em tatuagens e deixou murais nos bairros da Cova da Moura, 6 de Maio e Santa Filomena, enquanto desenvolvia a técnica 3D (três dimensões). Foi com essa técnica que o trabalho de Odeith se internacionalizou, tendo o artista murais espalhados em vários locais do mundo, nomeadamente nos Estados Unidos.

No cenário do Palco Comédia estão três figuras, um “trabalho anamórfico que tem que ser visto de determinado ângulo”. O melhor local para se ver os três em simultâneo é, segundo o artista, “mais ou menos a meio do recinto” onde está o palco. De qualquer modo, como explicou, em qualquer local em frente ao palco haverá a sensação visual de uma observação por parte do escaravelho desenhado em palco sobre os festivaleiros que ali se apresentem. Estaremos assim, como explicou Odeith, perante um escaravelho pintado em dez ‘frames’ que dará a ideia de que o mesmo está a rodar e a olhar para quem o observe. Ao lado do palco foi montada uma parede, com cerca de 30 metros, que será pintada ao vivo na quinta-feira, por Odeith e quatro artistas do graffiti, todos portugueses, escolhidos por ele: Rote, Fyre, Vile e Stephan.

O curador do palco, o humorista Jel, recordou que a civilização egípcia “é a primeira em que a comédia aparece escrita”, e, por isso, está montado no festival o “templo da comédia”, cujo cartaz é “representativo da variedade e diversidade que a comédia tem em Portugal”. Ao longo de três dias passarão por aquele palco 18 artistas “novos e maduros”, sendo apenas um (Andrew Lawrence) estrangeiro. Entre os mais experientes estão Fernando Rocha, Nilton e Ena Pá 2000 e, entre os ‘novos talentos’, Carlos Coutinho Vilhena e Roda Bota Fora, entre outros.

Sobre o recinto para esta 13ª edição, que Álvaro Covões destacou estar “praticamente concluído”, volta a estar instalado na área em frente ao palco principal um relvado artifical para um melhor conforto de todos os festivaleiros, encontrando-se os vários palcos praticamente prontos para receberem as dezenas de artistas e bandas que completam o cartaz.

Refira-se que, ao contrário do que aconteceu em edições anteriores do NOS Alive que tiveram lotação esgotada, ainda existem para a edição deste ano bilhetes à venda para o festival, tanto passes de três dias como bilhetes diários.

reportagem: Jorge Reis

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