A candidatura conjunta de Portugal, Espanha e Marrocos foi a escolhida para assumir a organização do Mundial de Mundial da FIFA em 2030, uma competição que terá um figurino peculiar já que Montevideu, no Uruguai, mas também a Argentina e o Paraguai, irã receber os três primeiros jogos da competição, com a FIFA a celebrar assim o centenário sobre o primeiro Mundial de Futebol, realizado em 1930 exactamente no Uruguai. Estaremos assim perante um Mundial de Futebol em 2030 espalhado por seis países e três continentes, faltando agora saber os detalhes de uma organização que se afigura no mínimo complicada.

Para uma competição com 101 jogos, e partindo do princípio que os três países da América do Sul irão receber três jogos, sobram 98 jogos para realizar entre os três países organizadores — Portugal, Espanha e Marrocos. Contudo, relativamente este figurino original de uma prova a começar na América do Sul, obrigando pelo menos seis seleções a começarem a jogar em pleno inverno sul-americano antes de rumarem ao calor europeu e com viagens transatlânticas pelo meio, fica para já por saber como será a distribuição dos palcos da competição, isto numa altura em que a imprensa espanhola vai adiantando que o país vizinho irá receber a grande maioria dos jogos, e nomeadamente as competições mais emblemáticas, nomeadamente as meias-finais e a final.

Recorde-se que este figurino de uma competição a começar na América do Sul e a rumar depois para a Península Ibérica e para Marrocos começou por ser anunciado pelo presidente da CONMEBOL – Confederação Sul Americana de Futebol, Alejandro Dominguez, que na sua conta da rede social X (antigo Twitter), revelou em primeira mão, antecipando-se mesmo a qualquer anúncio da FIFA, que os jogos de abertura do Mundial de 2030 irão ser disputados na América do Sul. Este formato poderá ser uma forma da FIFA compensar os três países sul-americanos — Uruguai, Argentina e Paraguai — que também tinham apresentado uma candidatura conjunta à organização deste mesmo Mundial de 2030. Ora estando a FIFA a preparar a entrega da organização do Mundial de 2034 à Arábia Saudita, esta acaba por ser uma forma de dar um “doce” à CONMEBOL que só bem mais tarde poderá organizar a competição máxima da FIFA, porventura em 2038 ou mesmo em 2042.

Na sequência do anúncio da entrega a Portugal, Espanha e Marrocos da organização do Mundial de Futebol de 2030, as federações dos três países divulgaram através dos seus sítios online comunicados em que se congratulam com a escolha da FIFA, mostrando-se convencidos de que será um Mundial de acordo com os os mais altos pergaminhos da FIFA, afirmando-se mesmo “Prontos para organizar o melhor Mundial de sempre”.

Segundo o comunicado da FPF, “Marrocos, Portugal e Espanha garantem que vão trabalhar para preparar o melhor dossier de candidatura alguma vez apresentado e organizar um Mundial que honre a diversidade e celebre a história da competição com a paixão que une os três países pelo futebol.”

Acrescenta o mesmo comunicado que “depois da decisão hoje anunciada pela FIFA que, pela primeira vez, abre as portas a um Mundial de Futebol organizado por três países de confederações e continentes diferentes, as Federações de Futebol de Marrocos, Portugal e Espanha confirmam o seu compromisso em apresentar um dossier de candidatura que honre a história da competição e deixe um legado em diversas áreas.”

“A decisão hoje conhecida, transmite da FIFA a confiança no trabalho já desenvolvido e na capacidade e no profissionalismo que cada um dos três países, em momentos diferentes, já demonstrou no planeamento de eventos desta dimensão. Marrocos, Portugal e Espanha assumem a exigência e a ambição de preparar o melhor dossier de candidatura alguma vez apresentado.”

O comunicado da FPF adianta ainda as primeiras reacções dos líderes das três federações, nomeadamente de Fouzi Lekjaa, Presidente da Real Federação Marroquina de Futebol, segundo o qual este "é um momento importante na história de Marrocos, uma grande conquista sob a liderança de Sua Majestade o Rei Mohammed VI. É um orgulho e uma responsabilidade o que temos pela frente, e um privilégio unir forças com os nossos homólogos de Portugal e Espanha para preparar um dossier de candidatura que, tenho a certeza, fará história e levará a organização para um nível nunca antes alcançado”.

Já Fernando Gomes, Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, garante estar preparado para honrar a decisão da FIFA: “Cada um dos nossos países traz para a mesa uma vibrante tradição futebolística, uma inigualável experiência organizativa e uma capacidade de inovar que seguramente marcará o futuro da competição”.

Finalmente, Pedro Rocha, Presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, destaca: “a ilusão que é poder trazer de regresso a Espanha, quase 50 anos depois, a organização de um Campeonato do Mundo de Futebol.  Tenho a certeza de que juntamente com Marrocos e Portugal vamos organizar o melhor Mundial de sempre”.

Em jeito de nota de rodapé, o comunicado da FPF lembra que o desafio da organização do Mundial de 2030 “não começou hoje”, isto porque “há mais de um ano que a comissão de candidatura, liderada por António Laranjo, trabalha junto das várias Federações para garantir uma proposta que não se vai esgotar na organização do Mundial 2030.”

LusoGolo