Portugal-Suecia-001A visita da Selecção Nacional à Madeira, com a estreia de Cristiano Ronaldo na região autónoma com a camisola da Turma das Quinas, terminou com uma derrota (2-3) frente à Suécia , num jogo em que os portugueses até estiveram a vencer por 2-0 ao intervalo, mas que não conseguiram segurar o contra-ataque da formação visitante, que acreditou sempre que podia garantir um resultado positivo mesmo quando tudo apontava em sentido contrário.

Na abertura do marcador, e depois de Cristiano Ronaldo ter exibido perante o público madeirense o troféu de Campeões Europeus conquistado em França, tudo apontava para que a festa madeirense pudesse ser possível, com o primeiro golo do jogo a ser marcado pelo "anfitrião", o madeirense Cristiano Ronaldo, ao minuto 18, na resposta a um cruzamento de Gelson Martins, o extremo do Sporting que assinou porventura aquela que foi a melhor exibição dos seleccionados lusos sobre o relvado do Estádio dos Barreiros.

Gelson Martins, a quem apenas faltou um golo para o sublinhado de uma exibição quase perfeita, construiu ainda o lance do segundo golo de Portugal, "obrigando" o central Granqvist a tentar enviar a bola para fora pela linha de fundo, acabando o guarda-redes Johnsson por desviar a bola para dentro da sua baliza num auto-golo que colocou Portugal em ventagem naquela altura por 2-0, à passagem do minuto 34. Pelo meio, a Suécia deixava os primeiros "avisos", com duas oportunidades flagrantes de golo, aos 10 e aos 22 minutos, respectivamente por Sam Larsson e Claersson, a quem faltou porém pontaria no remate final, levando a bola a sair em ambos os casos muito por cima da baliza neste jogo à guarda de Marafona.

Certo é que a Suécia estave longe de ser um adversário fácil, construía algumas oportunidades determinantes para marcar, testando o guarda-redes Marafona, e Claersson surgia como o homem mais perigoso no conjunto visitante.

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Olhando para a formação do "onze" de Portugal, será caso para dizer que o seleccionador Fernando Santos quis manter a filosofia de uma equipa formada por Cristiano Ronaldo e mais dez. Assim, para além do indiscutível CR7, todos os demais titulares neste jogo da Turma das Quinas foram diferentes relativamente ès escolhas do jogo do passado sábado, frente à Hungria, quando Portugal venceu então por um claro e merecido 3-0 num jogo "a sério". Agora "a feijões”, o "onze” de Portugal a partir da baliza fez aparecer em estreia com a camisola da Selecção o guarda-redes Marafona, apoiado por uma defesa formada por João Cancelo, Luís Neto, Bruno Alves e Eliseu.

Danilo na posição seis ladeado na linha média por João Moutinho e Renato Sanches, começaram por dar boa conta do recado, atrás de um trio mais ofensivo formado por Bernardo Silva e Gelson Martins na busca de servirem da melhor forma Cristiano Ronaldo.

Com este figurino, Portugal construiu então as oportunidades para os dois golos, permitindo ainda assim que a Suécia conseguisse construir lances de perigo para as redes de Marafona. Ao intervalo, Fernando Santos operou diversas mudanças na equipa das Quinas, com as entradas de Nélson Semedo, Éder, Pizzi e William Carvalho, permitindo as saídas de Eliseu, Bernardo Silva, João Moutinho e Danilo Pereira. Podiam assim ser poupados os jogadores de Benfica e FC Porto, a fazerem apenas 45 minutos deste jogo, eles que estarão já a pensar no "clássico" do próximo sábado entre as duas equipas no Estádio da Luz, numa estratégia de poupança de jogadores determinantes que atingiu também Bernardo Silva e João Moutinho, eles que ao serviço do AS Mónaco terão no próximo fim-de-semana um jogo de importância enorme no campeonato francês de futebol.

A Suécia, que na primeira metade da partida chegou a ameaçar a baliza de Marafona, chegou mesmo ao golo ao minuto 57 por Claesson, num lance em que a defesa foi surpreendida com uma segunda bola depois de Marafona ter feito uma primeira defesa de grande nível. A defesa de Portugal não conseguiu afastar a bola da sua grande área e, em velocidade, a Suécia surpreendeu com a entrada de Claesson para o golo sueco.

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Fernando Santos voltava a mexer na equipa, permitia a saída de Cristiano Ronaldo para novo aplauso a partir das bancadas do Estádio dos Barreiros, e chamava para o seu lugar Ricardo Quaresma, ele que passou a actuar mais encostado ao corredor esquerdo do ataque de Portugal, com Gelson do outro lado e agora Éder a entrar pelo meio.

Portugal caía por esta altura no seu pior momento, acusando mesmo alguma apatia, e a Suécia, que não estava ali para participar de nenhuma festa mas antes para conseguir a melhor preparação para ultrapassar a fase de qualificação para o Mundial da Rússia em 2018, voltou a dar conta da boa qualidade de alguns dos seus elementos, nomeadamente de Claesson, ele que acabou mesmo por fazer o segundo golo ao minuto 76, numa antecipação ao lateral Nelson Semedo que permitiu o remate a jogador sueco que meteu a bola entre o primeiro poste e o guarda-redes Marafona, fazendo o golo da igualdade.

A Selecção de Portugal acusou claramente o segundo golo dos suecos, o público tentou ainda assim puxar pelos jogadores portugueses mas já sem tanta convicção, e o jogo rumou mesmo até ao final dos 90 minutos regulamentares sem que o marcador voltasse a funcionar. Éder foi ouvindo os pedidos do público para que rematasse, recordados os adeptos ainda do golo que deu a Portugal o título europeu em França, mas a verdade é que eram os suecos quem mais e melhor jogavam nos últimos minutos do jogo.

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À beira do final, quando os madeirenses que encheram por completo as bancadas do Estádio dos Barreiros já se conformavam com o facto de terem se contentar com um empate, eis que um novo ataque da Suécia era concluído com um cruzamento tenso com a bola a passar em frente à baliza de Marafona. No caminho da bola surgiu João Cancelo que tentou ainda tirar o pé mas não conseguiu impedir o ressalto com a bola a entrar pela terceira vez na baliza de Portugal, com um autogolo particularmente injusto para o defesa lateral do Valência, ele que até ali assinara uma exibição quase isenta de erros.

A Suécia chegava assim à posição de vencedora neste jogo, Portugal somava a segunda derrota depois da conquista do Campeonato da Europa em França (a primeira aconteceu frente à Suíça no primeiro jogo da fase de qualificação para o Mundial da Rússia em 2018), e os madeirenses terão que recordar o jogo da visita de Cristiano Ronaldo ao Funchal com a camisola das Quinas como aquela partida em que a Selecção Nacional perdeu por 2-3 depois de ao intervalo ter estado a vencer por 2-0. Ainda bem que o jogo foi a feijões!

texto: Jorge Reis
fotos: reprodução ©Twitter

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