Um único golo apontado por En-Nesyri ao minuto 42, aproveitando uma falha clamorosa do guarda-redes Diogo Costa que não avaliou bem o tempo de saída a um cruzamento para a pequena área, permitiu a vitória tangencial de Marrocos sobre Portugal e a consequente eliminação da Turma das Quinas neste jogo dos quartos-de-final do Mundial do Qatar. Naquele lance fatal, o jogador marroquino saltou mais alto que o central Ruben Dias mas também mais alto que o guardião português que quando chegou ao lance já a bola estava a caminho do fundo das redes da baliza à sua guarda.

Apostando quase na sua totalidade na equipa que vencera a Suíça nos oitavos-de-final por 6-1, tirando apenas William Carvalho para colocar Rúben Neves mas deixando Gonçalo Ramos a titular no lugar de Cristiano Ronaldo que ficou no banco de suplentes, o seleccionador Fernando Santos mostrava acreditar que Portugal poderia fazer o mesmo frente a Marrocos que havia feito perante o conjunto helvético. E a verdade é que Portugal até entrou bem no jogo, com mais posse de bola e a jogar no meio-campo defensivo de Marrocos, só que ao contrário do que acontecera antes, eram evidentes as dificuldades nos movimentos ofensivos.

Gonçalo Ramos, que perante os suíços marcara três golos, nem sequer conseguia receber a bola em condições porque a linha de construção formada pelo quarteto defensivo com Rúben Neves e Bernardo Silva mostrava-se desta feita incapaz de furar linhas e construir ataques verticais, sendo obrigada a Selecção de Portugal a jogar pelas alas mas sem conseguir levar perigo para a baliza de Marrocos. Em cima do intervalo a formação marroquina chegou ao golo, aproveitando o erro de Diogo Costa, Bruno Fernandes ainda foi travado dentro da área de Marrocos mas o árbitro nem sequer quis ver quaisquer imagens do VAR o foi a selecção de Marrocos quem recolheu aos balneários para o descanso com o conforto da vantagem no marcador, podendo a partir daí limitar-se a defender.

Para o segundo tempo, Fernando Santos resolveu finalmente colocar todas as fichas nesta partida, chamando a jogo Cristiano Ronaldo mas também João Cancelo, por troca com Ruben Neves e Raphael Guerreiro. Portugal começou então a jogar mais perto da baliza contrária e construíram-se algumas oportunidades já dentro da grande área de Marrocos. Todavia, ou a falha de pontaria ou a eficácia defensiva dos marroquinos, e nomeadamente do guarda-redes Bounou, foram chegando para as encomendas e impedindo o golo em lances de Gonçalo Ramos, João Félix, Bruno Fernandes e do próprio Cristiano Ronaldo.

Fernando Santos ainda apostou em Vitinha e Rafael Leão, por troca com Otávio e Gonçalo Ramos, e mais tarde em Ricado Horta quando foi necessário substituir Dalot lesionado, mas o marcador teimou em manter a vantagem mínima para Marrocos, mesmo depois de Cheddira ter visto o segundo cartão amarelo e o consequente vermelho quando eram já decorridos três dos oito minutos concedidos pelo árbitro para compensação de paragens da partida.

Certo é que a vitória de Marrocos prevaleceu e Portugal caiu neste jogo dos quartos-de-final do Mundial, com os jogadores da equipa de Portugal a deixarem severas críticas ao árbitro argentino desta partida, curiosamente o mesmo que já havia dirigido o jogo de Portugal frente ao Gana na fase de grupos.

Quem não participou neste coro de protestos foi o capitão da Selecção de Portugal Cristiano Ronaldo, ele que abandonou o relvado e recolheu aos balneários em lágrimas, numa despedida triste daquele que foi, por certo, o seu último Mundial de futebol, lágrimas por certo sentidas por todos os portugueses que haviam sentido que era possível a esta Selecção chegar mais longe.

Marrocos terá agora que defrontar a França que, no outro jogo deste sábado, venceu a selecção de Inglaterra por 2-1. Na outra meia-final, recorde-se, a Argentina e a Croácia irão discutir um dos lugares no jogo da final do Mundial do próximo dia 18.

JR/LusoGolo
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