Um autogolo  de Niakaté ao minuto 88', já depois do Sporting de Braga ter marcado, por Bruma, ao minuto 84', o golo que permitiria o empate no Estádio Municipal de Braga, no jogo da primeira jornada do Grupo C da Liga dos Campeões, acabou por permitir o triunfo do campeão italiano sobre o conjunto bracarense, por 2-1, jogo que marcou o regresso do Sporting de Braga à principal competição de clubes da UEFA, a Liga dos Campeões, onde já não tinha lugar há onze anos.

Num jogo disputado de baixo de uma chuva constante, o Napoles foi a primeira equipa a marcar, por Di Lorenzo, num lance à beira do intervalo, mas a verdade é que o conjunto bracarense nunca deixou de acreditar, Brumo fez o empate bem perto do final do jogo, para aquele que seria ainda assim um resultado com algum cheiro a injustiça, mas que seria já um prémio para os Guerreiros do Minho, mas quatro minutos depois Niakaté teve um lance de manifesta infelicidade, ao colocar a bola na sua própria baliza com um toque de canela depois de um cruzamento de Zielinski a partir do corredor esquerdo.

Certo é que o Sporting de Braga merecia mais e melhor sorte, e ao minuto 90'+06', já no período de compensações dado pelo árbitro, Pizzi chegou a enviar uma bola ao poste, ameaçando como novo golo bracarense e novo empate. Só que o jogo terminou pouco depois se mais mexidas no marcador, acabando o Nápoles por confirmar o favoritismo com que havia partido para este jogo, frente a um conjunto arsenalista que entrou no jogo de peito feito, confiante, acreditando que poderia personificar a figura de David contra o Golias que neste caso era claramente a turma italiana.

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Com Matheus na baliza, Victor Gomez, José Fonte, Niakaté e Borja a formarem o quarteto defensivo, ainda Al Musrati e Vítor Carvalho na linha média, cabendo a Álvaro Djaló, Ricardo Horta e Bruma o apoio ao ponta-de-lança Abel Ruiz, o Sporting de braga às ordens do técnico Artur Jorge, vindo de um resultado menos positivo para o campeonato da I Liga no último fim de semana, quando perdeu Faro por 3-1, queria corrigir os erros cometidos no Algarve agora com um resultado bem mais positivo perante o campeão italiano, que naturalmente não se apresentava como um adversário fácil para os minhotos, antes pelo contrário.

Para este jogo, o técnico do Nápoles, Rudi Garcia, apresentou em campo a sua equipa num 4x3x3, com o guarda-redes Meret, os defesas Di Lorenzo, Rrahmani, Juan Jesus e Oliveira, ainda os médios Anguissa, Lobotka e Zielinski, e mais três homens na frente — Politano, Osimhen e Kvaratskhelia. Ora foi com este onze que a turma napolitana começou por dominar o jogo, entrando melhor no jogo e acabando mesmo por justificar o resultado que conseguiu construir ainda no primeiro tempo, uma vantagem pela diferença mínima, porventura lisonjeira para o Sporting de Braga. Logo à passagem dos primeiros 10 minutos o guarda-redes Matheus assinou duas excelentes intervenções, negando o golo ao Nápoles que, ao minuto 33', viu o VAR fazer reverter uma decisão que apontava para uma possível grande penalidade contra o Sporting de Braga.

O golo napolitano acabou assim por chegar bem em cima do intervalo, por Di Lorenzo, na sequência de um pontapé de canto a partir do flanco esquerdo. A defesa do Sporting de Braga ainda impediu que o golo aparecesse à primeira, defendeu um segundo remate, mas à terceira foi mesmo de vez, aparecendo Di Lorenzo num pontapé de ressaca a fazer o primeiro golo do jogo que permitiu que o Nápoles fosse para os balneários em vantagem.

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Artur Jorge conseguiu ainda assim manter os seus jogadores motivados e confiantes, e perante os 18.422 espectadores que preencheram as bancadas do recinto bracarense acabaram mesmo por chegar ao golo e repor a igualdade, numa altura em que o Sporting de Braga tinha já recebido algumas alterações na sua constituição. Zalazar havia entrado para o lugar de Vítor Carvalho ao minuto 68', Simon Banza refrescou a equipa ao entrar por troca com Álvaro Djaló ao minuto 77', e ao minuto 84' Bruma conseguiu mesmo o tão desejado golo para o empate merecido por parte da turma bracarense.

Artur Jorge voltou então a mexer na equipa, apostando em Adrian Marín e Pizzi, aos 87 minutos, por troca com Borja e Abel Ruíz, apontando em maior frescura mas também em mais experiência que lhe poderiam permitir segurar o resultado e espreitar ainda assim alguma surpresa nos últimos minutos, só que acabou por ser o Sporting de Braga a ser surpreendido e pela negativa, com o golo sofrido um minuto depois daquelas alterações na equipa arsenalista. Infeliz, Niakaté acabou por cortar uma bola com a canela e acabar por oferecer ao Nápoles o golo da vitória na pedreira, num jogo em que o empate teria sido sem qualquer dúvida o resultado mais correcto e ajustado ao que as duas equipas fizeram em campo.

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texto: José Andrade
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