Ambicioso, o Sporting começou da melhor forma, com um golo de Trincão, um jogo que desde logo havia começado mal, com mais de 20 minutos de atraso já que o Sporting viajou do hotel onde estava instalado em Marselha para o Estádio do Vélodrome sem escolta policial, acabando por chegar bem mais tarde do que seria normal. Certo é que apesar do atraso e das muitas críticas feitas pelo técnico do Marselha, relativamente a um atraso cuja culpa nem foi ralmente do Sporting, os leões deram corpo à ambição e antes mesmo de concluído o primeiro minuto do jogo já estavam a ganhar, com um golo de Trincão num movimento da direita para o meio com um remate colocado a fazer o primeiro golo num estádio vazio de público.
Num jogo como este da terceira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, perante um Marselha que jogava sem o apoio do seu público, era de esperar que o Sporting pudesse embalar para a terceira vitória nesta competição na presente temporada, mas aí surgiu o guarda-redes Adám a enterrar por completo a ambição dos leões, oferecendo o golo do empate para o Marselha, permitindo o segundo golo dos franceses por má colocação entre os postes e, logo depois, cometendo um erro clamoroso ao cortar um lance com a mão fora da grande-área, quando Ricardo Esgaio parecia ter a jogada controlada. O árbitro não hesitou, mostrou o cartão vermelho a Adám e o Sporting, então já a perder, passou a jogar com 10 elementos.
Como se tanta falta de acerto e de sorte — que neste jogo não quis nada com os leões —, não bastasse, Franco Israel, o jovem guarda-redes que substituiu Marcus Edwards para que o Sporting continuasse com um guarda-redes em campo, saiu mal a um cruzamento e permitiu de forma fácil para o Marselha o terceiro golo da formação gaulesa. Aos 28 minutos de jogo, por culpa própria, o Sporting já perdia por 3-1 e jogava apenas com dez unidades, não podendo aspirar mais do que procurar diminuir o prejuízo.
Ruben Amorim tocou a reunir, ao intervalo trocou quatro jogadores, fazendo sair St. Juste, Nuno Santos, Ugarte e Pote para as entradas de Marsá, Nazinho, Sotiris e Paulinho, conseguindo com isso estancar a “hemorragia” de e recuperar alguma qualidade e tranquilidade para o futebol do Sporting, que passou a equilibrar melhor os acontecimentos mesmo estando a jogar em inferioridade numérica. Foi ainda assim o Marselha a marcar de novo, pelo ex-portista Mbemba, numa recarga a uma defesa incompleta de Franco Israel ao minuto 85', quando nada mais havia a fazer pela entretanto desaparecida ambição leonina.
O Sporting terá agora que jogar com o Marselha na próxima semana em Alvalade, num jogo em que Adám irá dar o seu lugar a Franco Israel, situação que por si só poderá levar Rúben Amorim a chamar o jovem guarda-redes para a titularidade na próxima jornada da I Liga, no sábado no terreno do Santa Clara dos Açores.
Por via das duas vitórias entretanto já conseguidas nas jornadas anteriores desta fase de grupos da Champions League, nada está perdido para o conjunto às ordens de Ruben Amorim, e até pelo que se viu no segundo temp deste jogo no vazio Vélodrome, os leões terão equipa para vencer o próximo jogo entre os dois conjuntos, principalmente se jogar sem receio e de novo com ambição, mas também com a cabeça bem colocada em cima dos ombros.
Já o Marselha, que venceu sem qualquer contestação, irá querer agora repetir o mesmo triunfo no próximo jogo, onde caberá à organização portuguesa do jogo tudo fazer para que o Marselha chegue a hora ao encontro de Alvalade, algo que os marselheses não conseguiram. Que essa seja então a primeira vitória do Sporting antes mesmo do apito do árbitro para o arranque do jogo da próxima quarta-feira. Depois disso, com a bola a rolar, que o Sporting possa continuar vencedor, então já com os golos a seu favor.