Com dois golos marcados já depois do intervalo, por Rafa Silva e por Gilberto, respectivamente aos 50 e aos 73 minutos, o Benfica venceu esta quarta-feira em Moscovo a formação do Spartak na primeira mão da terceira pré-eliminatória para a fase de grupos da Liga dos Campeões da UEFA. A jogar fora de casa, a turma da Luz garantiu a melhor posição para seguir em frente na competição para já a caminho do playoff que terá que disputar antes de ascender ao milionário lote de equipas que irão discutir mais uma edição da mais importante competição de clubes da UEFA.
No terreno do Spartak de Moscovo perante cerca de três mil adeptos, naturalmente da equipa da casa, a equipa do Benfica, orientada por Jorge Jesus, encontrou pela frente uma formação curiosamente orientada pelo português Rui Vitória, antigo treinador dos “encarnados” de Lisboa, que sucedeu aliás há alguns anos a Jorge Jesus quando este deixou o clube da Luz para ingressar no Sporting, numa altura em que ambos mantiveram enormes picardias que impediram agora sequer um simples cumprimento entre Jesus e Vitória.
Com técnicos afastados e sem se falarem, as duas equipas deram conta em campo da diferença de capacidade de cada um, com o Benfica a assumir desde o início o controlo dos acontecimentos, num jogo em que ficam a contar-se pelos dedos de uma mão as vezes que o Spartak obrigou o guarda-redes Vlachodimos a trabalho apertado. Já o Benfica, que marcou apenas dois golos, teve diversas oportunidades para fazer mais e melhor, nomeadamente em dois lances em que a bola foi controlada pelos jogadores da formação russa com os braços, em lances de claras grandes penalidades que não foram assinaladas porque o árbitro, num jogo em que não houve lugar à presença de vídeo-árbitro, entendeu de forma claramente permissiva terem sido lances casuais.
Apresentando-se num esquema táctico marcado pela presença de três defesas centrais à frente do guarda-redes grego Vlachodimos — Veríssimo, Otamendi e Vertonghen —, dois médios defensivos — Weigle e João Mário —, dois alas a procurarem fazer os seus corredores — Diogo Gonçalves à direita e Grimaldo à esquerda — e Pizzi e Rafa Silva no apoio ao ponta-de-lança Seferovic, o Benfica mostrou desde cedo estar melhor colocado para determinar o rumo do resultado construído apenas no segundo tempo mas que poderia ter sido bem mais expressivo.
Nota na equipa do Benfica para a lesão do avançado suíço Seferovic, à passagem do minuto 37, que obrigou à entrada do jovem luso Gonçalo Ramos, num jogo em que Jorge Jesus fez alinhar também os brasileiros Everton e Gilberto, desde o minuto 64' por trocas com Pizzi e Diogo Gonçalves, respectivamente, bem assim como Taarabt e Gil Dias que, ao minuto 86 e quando o Benfica já vencia por 2-0, refrescaram a turma de Jorge Jesus por trocas com Rafa Silva e Grimaldo.
Do lado do Spartak, ficaram na retina alguns lances protagonizados pelo lateral esquerdo Ayrton e o médio do mesmo corredor Bakaev, mas também o central francês Gigot que teve trabalho suplementar para travar as boas combinações do ataque do Benfica.
Já em relação à marcha do marcador, e como demos conta atrás, o primeiro golo aconteceu ao minuto 50 por Rafa Silva, num lance em que a assistência resultou de um passe curto mas particularmente oportuno de João Mário já dentro da grande área do Spartak, acabando Rafa por rematar em força para o golo que abriu a contagem. Depois disso, ao minuto 73, Lucas Veríssimo serviu com um passe a rasgar a defesa contrária para a entrada do lateral Gilberto que, dentro da área, bateu o guarda-redes Maksimenko sem que este pouco ou nada mais pudesse fazer.
Com uma vitória justa e porventura menos expressiva do que poderia ter sido, não espelhando este 2-0 o melhor futebol do Benfica face ao praticado pelo Spartak, a turma oprientada por Jorge Jesus avança agora para a primeira jornada da I Liga, com um jogo já no sábado em Moreira de Cónegos, pelas 18h00, recebendo depois na próxima terça-feira, 10, o “onze” do Spartak para resolver em definitivo esta terceira pré-eliminatória de apuramento para a Liga dos Campeões.
Jorge Jesus tem tudo para conseguir ser feliz e avançar com a sua equipa para o playoff, restando a Rui Vitória preparar a sua equipa para dar uma boa réplica na Luz e tentar contrariar o favoritismo da equipa das águias.