Com dois golos de Gonçalo Ramos, que assim voltou a saltar para a frente da lista dos melhores marcadores no presente campeonato com 15 golo, mais um do que o seu companheiro de equipa João Mário, o Benfica venceu esta sexta-feira a formação do Famalicão, no Estádio da Luz, em jogo da 23ª jornada do campeonato da I Liga.

Assinando uma exibição nem por isso particularmente vistosa mas que primou pela qualidade da pressão sobre a bola efectuada ao logo da partida, com muitos períodos em que o Benfica jogou com dez elementos no meio-campo contrário, deixando apenas Vlachodimos atrás da linha do meio-campo, os encarnados marcaram nas duas oportunidades em que Ramos pôde finalizar, tendo assinado a equipa da casa mais alguns lances, nomeadamente no segundo tempo, em que poderiam ter dilatado a vantagem, o que não aconteceu graças à qualidade do guarda-rede Luíz Júnior que assinou defesas de grande nível.

Sem poder contar com Roger Schmidt no banco de suplentes a dirigir a equipa, por se encontrar a cumprir castigo disciplinar depois de ter sido expulso em Vizela, a equipa do Benfica, que não contou esta sexta-feira com Chiquinho nem com Gonçalo Ramos, apareceu em campo com Vlachodimos entre os postes, também com Bah, Otamendi, António Silva e Grimaldo, ainda com Florentino e Aursnes atrás de Neres, Rafa e João Mário e também Gonçalo Ramos.

Do lado do Famalicão, o técnico João Pedro Sousa escalou o guarda-redes Luiz Júnior, os defesas Penetra, Riccieli, Mihaj e Moura, ainda Zaydou e Colombatto à frente da defesa, bem como Sanca, Iván Jaime e Ivo Rodrigues com Pablo mais adiantado. Ao longo do jogo foram apenas dois jogadores do Benfica que saltaram do banco para o interior das quatro linhas — Peter Mussa (83') e João Neves (87') por troca, respectivamente, com Rafa e David Neres —, enquanto que o Famalicão efectuou três alterações com as chamadas de Denilson Júnior, Gustavo Sá e David Tavares, para as saídas de Sanca, Pablo e Colombatto, todos ao minuto 71'.

Sendo verdade que o Benfica não fez uma exibição propriamente vistosa, perante um adversário que soube fechar bem os caminhos para a sua baliza onde teve a intervenção de um excelente guarda-redes — Luiz Júnior assinou um conjuntos de grandes intervenções, nomeadamente uma ao minuto 68', quando evitou o golo após remate colocado de Gonçalo Ramos que levava a bola ao canto superior esquerda da baliza famalicense —, há que destacar ainda assim a pressão alta efectuada pelo conjunto benfiquista.

Jogando quase sempre no meio-campo contrário, o Benfica soube desse modo impedir a saída com bola por parte da turma visitante que apenas em um ou dois lances esteve realmente à beira de conseguir o golo, com Vlachodimos a ter uma noite quase tranquila. A excepção, aliás, aconteceu ao minuto 38' quando o Famalicão quase conseguiu o golo que seria então do empate num lance confuso dentro da área benfiquista. Antes já o Benfica havia chegado ao golo, o primeiro de Gonçalo Ramos.

E se Gonçalo Ramos foi o homem do jogo pelos dois golos que marcou, respectivamente ao minuto 36' e 90'+03', outros jogadores do Benfica estiveram em destaque, nomeadamente David Neres, claramente a subir de forma de jogo para jogo, mas também Otamendi e Grimaldo, este último a marcar presença nos lances que permitiram os golos, primeiro com uma assistência e depois com um remate de fora da área a obrigar Luiz Júnior a uma defesa incompleta que permitiu a recarga vitoriosa a Ramos. Do lado da turma visitante, para além de Sanca e Penetra, ambos em bom plano, o destaque foi mesmo para o guarda-redes Luiz Júnior.

Nota ainda para a actuação do árbitro Artur Soares Dias, cujo trabalho foi pautado por critério largo, deixando jogar sem apostar na amostragem de cartões, nomeadamente no primeiro tempo, em que a mancha acabou por aconteceu ao minuto 70' quando um jogador do Famalicão cortou a bola com a mão na zona de rigor sem que o árbitro ou o VAR assinalassem qualquer infracção. O lance aconteceu numa disputa de bola com o benfiquista Otamendi, este reclamou a grande penalidade, mas acabou por ser o internacional argentino a ver o cartão amarelo pelos protestos.

Em resumo, o Benfica conseguiu a vitória de forma clara e sem contestação perante um Famalicão que adiou até onde pôde a confirmação do triunfo com o segundo golo dos encarnados, uma partida disputada perante 56.995 espectadores que terá permitido à equipa da casa o melhor tónico para o encontro da próxima terça-feira frente ao Club Brugge, em jogo da segunda-mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões.

Roger Schmidt, o técnico do Benfica que acompanhou este jogo a partir da bancada, terá recolhido todas as notas necessárias para conseguir tirar o melhor partido da sua equipa na próxima terça-feira, num jogo em que deverá poder contar já com Gonçalo Guedes e Chiquinho, eles que primaram pela ausência no jogo frente ao Famalicão.

Conquistados os três pontos neste encontro, o Benfica passou assim a pressão para o lado dos seus rivais directos na corrida pelo título, nomeadamente o FC Porto, Braga e Sporting, equipas que terão que, respectivamente, jogar em Chaves, receber o Rio Ave e deslocar-se ao terreno do Portimonense.

texto: Jorge Reis
fotos: Luís Moreira Duarte
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