Em mais um clássico do futebol português, no relvado do Estádio José Alvalade, em Lisboa, o FC Porto venceu por 2-1 sobre o Sporting e prossegue na corrida pelo título com o Benfica, uma vez mais a cinco pontos dos encarnados. Quanto a este jogo, o Sporting foi vítima das indecisões do técnico Rúben Amorim, neste jogo sem dúvida figura da partida pela negativa em face das mudanças que operou na sua equipa num vai e vem de decisões estratégicas que só permitiram que, do outro lado, Sérgio Conceição, o técnico do FC Porto, ficasse cada vez mais convicto de que a sua estratégia tinha tudo para correr bem... como correu.
Num jogo sem grande qualidade, nomeadamente no primeiro tempo em que se jogou de ressalto em ressalto até cada paragem da partida, o Sporting começou por surpreender devido ao “onze” que o técnico Rúben Amorim apresentou para o arranque do jogo. Com Bellerin e Fatawu nos corredores, relegando para o banco de suplentes os normalmente titulares Ricardo Esgaio e Nuno Santos, e com Chermiti na frente, também ele a “empurrar” para o banco de suplentes o normalmente titular Paulinho, o Sporting tardou em encontrar-se no jogo face a um FC Porto que não começou da melhor forma mas conseguiu ainda assim levar o jogo até ao intervalo com um empate sem golos, claramente mais enervante para a equipa visitada.
Refira-se ainda a propósito deste onze titular do Sporting, para além da ausência na equipa inicial do lateral Nuno Santos, surpreendeu que Paulinho começasse o jogo no banco de suplentes, ele que pôde estar neste jogo depois do Sporting ter feito valer um recurso de um castigo disciplinar que deveria ter impedido Paulinho de jogar este clássico frente ao FC Porto. O recurso permitiu uma decisão favorável ao Sporting e a Paulinho que terá agora que cumprir mais tarde o seu castigo, mas nem por isso o jogador foi utilizado como titular por Rúben Amorim num jogo em que os leões mostraram desde o início alguma intraquilidade senão mesmo um evidente nervosismo.
Se do lado do FC Porto o técnico Sérgio Conceição não surpreendeu na forma como escalou o seu onze titular,
do lado dos leões as escolhas de Rúben Amorim para a equipa titular do Sporting não foram as esperadas
e isso terá determinado uma dança de alterações algo estranha a dar conta de algum desnorte
por parte do treinador leonino.
E se o nervosismo do Sporting foi evidente no primeiro tempo, mais grave ficou no segundo tempo quando Rúben Amorim prosseguiu com um conjunto de substituições que começou no primeiro tempo de uma forma aparentemente pouco pensada, aparentemente por instinto, frente a um FC Porto bem mais tranquilo. Ainda no primeiro tempo, Trincão foi retirado da partida ao minuto 35' para a entrada de Paulinho, uma substituição que viria a ser explicada por Ruben Amorim no final do jogo com uma alegada amigdalite de Trincão que o impediu de dar o seu melhor em campo. Depois, à entrada para a segunda metade da partida, foi a vez de ser chamado ao jogo Nuno Santos por troca com Fatawu.
Ao minuto 55' Bellerin saiu do jogo para dar o seu lugar a Ricardo Esgaio, acabando o FC Porto por chegar à vantagem com o primeiro golo do jogo ao minuto 60', por Matheus Uribe, depois de uma combinação com Grujic. O FC Porto ficava assim em vantagem na partida e já depois dos leões terem conhecido três mudanças na sua equipa frente a um conjunto azul-e-branco que mantinha o seu onze titular. Ora, como se isto não bastasse, Rúben Amorim não demorou muito a mostrar novo sinal de desnorte quando, ao minuto 70', apenas quinze minutos depois de Esgaio ter entrado no jogo, Amorim ter dado ordem para a saída de Esgaio, agora para a entrada de Arthur Gomes, num momento em que entrou ainda em campo Diomandé para a saída de Matheus Reis.
Deste modo, e perante este desenrolar dos acontecimentos, antes mesmo dos últimos quinze minutos do jogo o Sporting já tinha esgotado as cinco substituições, já estava a perder em face do golo de Uribe, e o banco do FC Porto ainda não tinha feito qualquer alteração na sua equipa. A primeira mudança, aliás, acabou por acontecer ao minuto 75', com a entrada de Toni Martinez para a saída de Galeno. Dez minutos depois era a vez de André Franco e Taremi saírem para darem lugar a Manafá e Eustáquio, e ainda antes do minuto 90' o técnico Sérgio Conceição deu ordem para a saída de João Mário e a entrada de David Carmo.
Quando foi necessário aparecer, o guarda-redes Diogo Costa disse “presente”
e foi, também ele, um elemento chave na estratégia do FC Porto
para garantir a conquista dos três pontos neste clássico.
Ao minuto 90 o árbitro Artur Soares Dias dava mais sete minutos para serem jogados e foi mesmo neste período que o jogo acabou por ser decidido, primeiro com o segundo golo do FC Porto, aos 90'+04', por Pepê, num lance em que o jogador do FC Porto picou a bola por cima do corpo de Adán num lance de grande qualidade técnica, um golo que parecia fechar o jogo ali mesmo. Só que o Sporting acreditou e Chermiti ainda fez um primeiro golo para os leões que acabou por ser invalidado pelo VAR por fora-de-jogo do jovem avançado leonino. Pouco depois, quando já poucos acreditariam em nova mudança no marcador, o mesmo Chermiti fez mesmo um golo válido, aos 90'+07'. Arthur cruzou do lado direito para a zona do segundo poste e aí apareceu Chermiti a cabecear para o golo, desta vez sem qualquer irregularidade.
O jovem jogador do Sporting ainda correu para o fundo da baliza do FC Porto para agarrar a bola mas logo depois do jogo ter sido retomado ouviu-se o apito final de Artur Soares Dias, dando por concluído um jogo em o FC Porto revelou maior maturidade e ganhou com justiça, frente um Sporting em que o seu treinador andou para a frente e para trás nas mudanças na sua equipa que em nada favoreceram a qualidade do futebol leonino. O Sporting fica agora ainda mais longe de um hipotético lugar que permita aos “leões” entrar na discussão por um lugar de acesso pelo menos aos play-offs de apuramento para a Liga dos Campeões, isto enquanto Sérgio Conceição, mais tranquilo nas mudanças e mais assertivo, viu a equipa do FC Porto vencer com justiça e assim manter a distância para o primeiro classificado Benfica na corrida pela conquista do campeonato.
O jogador do FC Porto Pepê foi, quanto a nós, o melhor elemento em campo, numa partida em que Rúben Amorim acabou por ser protagonista pela negativa ao revelar-se nada eficaz na forma como foi mexendo na sua equipa. Se Trincão estava com uma amigdalite porventura teria sido acertado nem sequer o utilizar neste jogo, Esgaio jogou apenas 15 minutos no segundo tempo depois de ter sido chamado à partida, e com estas mudanças em nada o Sporting conseguiu melhorar o seu futebol num jogo em que era imperativo vencer tal é a distância dos leões para os três clubes que seguem à sua frente no campeonato da I liga. Nota ainda para a arbitragem isenta de erros de Artur Soares Dias.