Quando se aproxima a passos largos o dérbi entre Benfica e Sporting, referente à 16ª jornada da I Liga, e já depois dos encarnados terem garantido a conquista dos três pontos nesta jornada após a vitória sobre o Portimonense, na noite de sexta-feira, o Sporting jogava este domingo no Funchal, no Estádio dos Barreiros, frente ao Marítimo, num jogo em que era imperativo vencer para manter a distância para Benfica e Sporting de Braga, mas também para encurtar distância para o FC Porto, que não conseguira melhor do que um empate no terreno do Casa Pia. Perante um Marítimo renovado, agora sob o comando técnico de José Gomes, o Sporting era ainda assim o grande favorito à conquista dos três pontos, mas sabia-se que o conjunto insular não iria facilitar a tarefa dos leões, como aliás não o fez, acabando por virar a história do jogo a seu favor e vencendo por 1-0, fruto de uma grande penalidade convertida já no segundo tempo por Cláudio Winck.

A propósito de grandes penalidades, aliás, será justo dizer que ficou um penalti por assinalar favorável ao Sporting, num lance em que Porro é carregado pelas costas ao minuto 50, num lance que o árbitro Helder Malheiro não considerou mas que deveria ter sido revisto pelo VAR face à forma como o jogador do Marítimo coloca o braço nas costas do espanhol do Sporting. Porro, aliás, foi sempre o homem mais determinado do conjunto leonino e mereceu de quando em vez algumas cargas mais duras por parte dos seus adversários, nem sempre consideradas pelo juíz da partida.

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Para a estatística do jogo ficam os “onzes” das duas equipas, com o Marítimo a apresentar uma equipa num clássico 4x4x2 — Carné; Cláudio Winck, Mosquera, Matheus e Vítor Costa; Xadas, João Afonso, Rafael Brito e Vidigal; Liza e Leo Pereira —, com destaque para a estreia do guarda-redes Carné, mas também para a inclusão na equipa titular de Matheus e Leo Pereira, por troca com Zainadine e Pablo Moreno. Já do lado do Sporting, a equipa surgiu a previsível, com três centrais e os dois laterais projectados nos corredores para a linha de fundo onde procuraram cruzar com acerto — Adán; Gonçalo Inácio, Coates e Matheus Reis; Pedro Porro, Ugarte, Mateus Fernandes e Arthur; Edwards, Paulinho e Trincão.

Ruben Amorim decidia assim permitir algum descanso a Nuno Santos, acautelando um eventual cartão amarelo que o poderá colocar de fora do jogo com o Benfica na próxima jornada, raciocínio válido para o central Coates que, no entanto, foi chamado à equipa titular frente ao Marítimo. Arthur apareceu no corredor esquerdo e Mateus Fernandes foi titular nesta partida no lugar do castigado Pedro Gonçalves “Pote”.

Com estes alinhamentos, o jogo começou desde logo com uma toada de equilíbrio, com o Marítimo a conseguir encaixar bem o seu “onze” na equipa contrária tapando os caminhos para a sua baliza e conseguindo por vezes abeirar-se da grande área do Sporting. Os primeiros remates com perigo no jogo aconteceram mesmo por parte do Marítimo, nomeadamente ao minuto 9' quando Xadas visou a baliza de Adán com intenção. Cláudio Wink, também ele, rematou igualmente com acerto mas à figura de Adán e apenas ao minuto 18' Paulinho proporcinava na gradne área do Marítimo uma boa defesa a Marcelo Carné.

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O jogo prosseguiu até ao intervalo com um ou outro lance digno de registo, mas sem que o marcador sofresse qualquer alteração, mantendo-se o nulo quando as duas equipas recolheram aos balneários. Depois, no segundo tempo, e já depois do árbitro Helder Malheiro ter ignorado uma grande penalidade sobre Porro, viria a assinalar um castigo máximo mas do lado contrário, na grande área dos leões, depois de Mateus Fernandes ter cometido falta sobre Liza. Confirmada neste caso a grande penalidade pelo VAR, Claudio Winck converteu o castigo máximo e colocou o Marítimo em vantagem no marcador, perante um Sporting que não conseguiu depois disso encontrar os melhores caminhos para o golo que permitisse o empate.

No final, um prémio justo para a boa organização do Marítimo, perante um Sporting que poderá queixar-se da grande penalidade não assinalada sobre Pedro Porro, mas que também se deverá queixar de si mesmo pela ineficácia ofensiva do seu jogo nesta deslocação à Madeira. Acabou assim o Sporting por não aproveitar a escorregadela do FC Porto com o empate no terreno do Casa Pia, encontrando-se ainda mais longe das equipas da frente, nomeadamente do líder Benfica já a 12 pontos, do Sporting de Braga a seis e do FC Porto a cinco, devendo ter em atenção já o Casa Pia que está atrás de si na classificação, no sexto lugar, apenas com menos um ponto do que a turma de Alvalade.

O Sporting está assim obrigado a vencer no terreno do Benrfica na próxima jornada, não tanto pelo confronto directo entre os dois clubes, mas pela necessidade do conjunto de rúben Amorim não se poder dar ao luxo de escorregar mais na classificação, sob pena de perder a corrida pelos lugares de acesso às competições europeias da UEFA, e em particular à milionária Liga dos Campeões. Já do lado do Marítimo, que não ganhava em casa desde Abril do ano passado, conquistou este jogo por mérito próprio, fruto do seu bom posicionamento defensivo e da forma como anulou o futebol leonino, soma agora 10 pontos, mantendo-se no entando em zona de despromoção, sendo necessário continuar a somar vitória se quiser mesmo entrar numa zona mais tranquila da I Liga.

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texto: Jorge Reis
fotos: ©Twitter
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