O Sporting consentiu este domingo a conquista por parte do Sevilha do 'Troféu Cinco Violinos', competição que desde há alguns anos os “leões” organizam no início de cada época e que aproveitam para homenagear os eternos Cinco Violinos da história do clube de Alvalade, nomeadamente, Jesus Correia, Manuel Vasques, Fernando Peyroteo, José Travassos e Albano Pereira, jogadores que durante três temporadas, entre 1946 e 1949, permitiu poara o Sporting a conquista de três títulos de campeões nacionais e uma Taça de Portugal. Agora, no Troféu Cinco Violinos em homenagem àqueles antigos futebolista do Sporting, o clube de Alvalade acabou por ser batido pelos espanhóis do Sevilha, no desempate por marcação de grandes penalidades, depois de um primeiro empate (1-1) após os 90 minutos de jogo jogado.
Frente ao Sevilha orientado por bem conhecido antigo treinador do FC Porto Julen Lopetegui, e onde se destacaram jogadores como ex-portista Jesus Corona ou o ex-sportinguista Acuña, o Sporting, depois de uma tarde em que aproveitou para apresentar os seus jogadores, com 29 elementos no plantel a subirem ao relvado de Alvalade, começou por enfrentar o Sevilha com o clube espanhol a mostrar mais organização ofensiva. Os “leões” ainda ouviram o já tradicional “Mundo sabe que...” tocado por cinco violinos no meio do relvado, mas depois, com a bola a correr, faltou ao conjunto leonino a melhor afinação.
Estiveram em Alvalade 31.075 espectadores a assistir ao Troféu Cinco Violinos mas foram muito poucos os que acompanharam, hora e meia antes do jogo, a apresentação do plantel leonino para a temporada de 2022-2023
Com efeito, o Sevilha entrou melho no jogo, obrigando o Sporting a correr atrás da bola sem que esta conseguisse ser dominada pelos “leões”. Não estranhou por isso que logo aos 15 minutos o Sevilha conseguisse adiantar-se no marcador, com um golo a resultar de um primeiro erro do guarda-redes Adán, permitindo que o ex-portista Jesus Corona, depois de uma assistência de outro ex-portista, Oliver Torres, recebesse a bola dentro da área leonina para fazer o primeiro golo do jogo.
O Sporting demorava a conseguir equilibrar a partida perante um adversário que se mostrava mais rotinado e mais maduro do que o conjunto leonino e o próprio treinador do clube de Alvalade, Rúben Amorim, avançou bem cedo para uma alteração com a entrada no jogo do japonês Morita por troca com Ugarte, aos 24 minutos. Mais tarde veio a ser dito pelo Sporting que Ugarte acusou problemas físicos, mas a verdade é que Morita veio dar outra organização e outro peso ao meio-campo do Sporting.
Na primeira metade do jogo foi o Sevilha quem dominou a partida, com o Sporting a ser obrigado a correr muito atrás da bola face a um adversário mais organizado
Todavia, Morita não conseguiu ter no jogo do Sporting o “peso” que no passado o detentor da mesma posição teve na equipa, e estamos a falar de Palhinha, numa equipa em que Trincão, também ele titular neste jogo, nunca conseguiu ser o desequilibrador que no passado foi o espanhol Sarabia, isto numa equipa em que Paulinho, o ponta-de-lança do Sporting, foi afinal igual a si mesmo, Paulinho, ele que acabaria na segunda metade da partida por assinar o golo do empate mas que deixou claro ser “poucochinho” numa equipa que precisa de mais soluções ofensivas.
Do lado do Sevilha, com o onze titular, onde para além de Acuña e Corona encontrámos nomes como os de Oliver Torres, Rakitic ou Jesus Navas, a equipa às ordens de Lopetegui foi sempre superior ao Sporting, algo que deixou de acontecer no segundo tempo quando os técnicos começaram a rodar outros elementos e com Rúben Amorim a conseguir corrigir algumas falhas que o Sporting evidenciara no primeiro tempo. Aí, com Edwards na equipa do Sporting, a turma leonina ganhou maior velocidade e Paulinho conseguiu mesmo o tal golo do empate que levou a discussão do Troféu Cinco Violinos para as grandes penalidades, isto já depois de um penalti que não valeu depois de Marcus Edwards tentar “cavar” uma grande penalidade que não aconteceu de todo e que o árbitro ainda assinalou, mas que recuou depois de alertado pelo VAR para a inexistência de qualquer falta.
Na segunda parte deste jogo, o Sporting teve oportunidade de apresentar o seu segundo equipamento alternativo para a nova época
Na transformação das grandes penalidades, e depois de 10 pontapés da marca de grande penalidade convertidos em golos, cinco para cada uma das duas equipas, o Sevilha marcou o sexto penalti e o Sporting, através do “menino” Abdul Fatawu, viu a bola embater com estrondo na trave da baliza Vítor Damas e com isso falhar o seu pontapé, ficando assim o Troféu Cinco Violinos na posse do Sevilha.
Ficou para o Sporting a certeza de que conseguiu um bom teste frente a uma equipa adulta e mais organizada, com a certeza para Rúben Amorim de que há ainda muito trabalho a fazer neste início de temporada em que a equipa, naturalmente, ainda não está afinada, algo afinal normal para todo um trabalho que apenas agora começa visando mais uma temporada futebolística em que o Sporting aponta como o principal objectivo a conquista do campeonato nacional da I Liga.
Fatawu marcou a grande penalidade em força, a bola bateu na trave e não entrou, e foi o Sevilha quem levou para casa o Troféu Cinco Violinos
texto: Jorge Reis
fotos: Luís Moreira Duarte