Mais vale três pontos na mão do que dois a voar… O Belenenses, porém, não conseguiu aproveitar a vantagem de dois golos que possuía já no decorrer da segunda metade da partida e empatou com uma das surpresas iniciais do campeonato, o Arouca.
Num jogo sem oportunidades até à meia hora, foram os azuis do Restelo a assumir a bitola da partida e aos 37 minutos, Luís Leal centrou com conta peso e medida para a cabeça de Miguel Rosa que cabeceou em mergulho para uma boa defesa de Bracalli.
Era o prenúncio do que estava para vir. Quatro minutos depois, na sequência de um corte após canto na esquerda, André Sousa, com a bola a saltitar, dispara sem hipóteses para o guardião arouquense. Belo golo do médio português.
Já na segunda parte, a toada manteve-se com o Belenenses mais perigoso. Luís Leal, aos 50 minutos, após assistência de Kuca, tem uma perdida incrível. Com tudo para fazer o golo e em cima da linha de golo, fez o mais difícil e enviou a bola por cima da trave. Nota para a persistência dos defesas do Arouca que nunca desistiram e pressionaram o ponta-de-lança são-tomense até ao remate final.
O Arouca mostrou-se na partida por intermédio do avançado Maurides, mas a pontaria estava desafinada e ambas as tentativas saíram ao lado da baliza de Ventura.
À passagem do minuto 70, Luís Leal mostrou toda a qualidade que lhe é reconhecida, pegou na bola à entrada da área, ultrapassou um defesa e rematou com a bola a embater no vértice do poste e da barra, entrando exactamente no canto superior direito. Estava feito o segundo do Belenenses, na redenção do possante goleador.
Quando a equipa de Lisboa pensava que os três pontos estavam garantidos, surgiu a resposta da turma de Lito Vidigal, ex-treinador dos azuis. Cinco minutos volvidos, Nuno Valente bate o livre à entrada da área, o esférico é desviado na barreira e trai o internacional português, Hugo Ventura.
Aos 81 minutos, Artur avisou os belenenses que a meia-distância era uma mais-valia da formação de Arouca, com um excelente remate que saiu a centímetros do poste direito.
Quatro minutos depois e seguindo o exemplo do companheiro, Hugo Basto assinou, o que será provavelmente o golo do ano em Portugal. Quase no círculo central, o defesa olhou para a baliza e desferiu um potentíssimo remate que entrou no canto superior esquerdo, sem quaisquer hipóteses para Ventura.
Estava igualada a partida, resultado que não mais se alterou, premiando a atitude ambiciosa dos arouquenses e castigando o conjunto azul que adormeceu depois de estar em vantagem por dois golos.
O Arouca mantém-se na sexta posição com nove pontos, o Belenenses permanece no décimo terceiro posto.
texto: João Carreira