Obrigado a vencer em casa frente ao Boavista para repor a diferença de cinco pontos para o FC Porto, segundo classificado na I Liga que nesta jornada bateu o Rio Ave por 1-0, o Benfica recebeu esta segunda-feira o conjunto axadrezado em jogo da 21ª jornada do campeonato da I Liga, uma partida que foi concluída com a vitória clara dos encarnados por 3-1 mas na qual nem tudo foram facilidades para a equipa da casa. Na verdade, tendo sido a primeira equipa a marcar aos 55 minutos, por Gilberto, o Benfica sofreu o golo do empate três minutos depois, com um golo marcado por Ysupha. Depois, quando os encarnados tiveram uma oportunidade soberana para voltar a marcar, depois de uma falta na grande área sobre Rafa “marcada” pelo VAR que resultou numa grande penalidade, João Mário, chamado a converter o castigo máximo, permitiu a defesa ao guardião Bracali. Os benfiquistas ainda terão tremido, mas os golos voltaram a aparecer, aos 82' e aos 90'+02' minutos, respectivamente por Gonçalo Ramos, num lance individual notável, e por Petar Musa, na resposta de cabeça a um cruzamento de João Mário a partir do corredor esquerdo.

Acabiou assim o Benfica por vencer mais uma partida no presente campeonato, com um resultado justo por tudo aquilo que se passou dentro das quatro linhas, um triunfo em que foi claro que a equipa acreditou sempre, mesmo quando os mais de 50 mil adeptos nas banvcadas ainda temeram que não acontecesse a vitória e a conquista dos três pontos. Ainda assim, o Benfica, com uma equipa titular em que Roger Schmidt não operou qualquer surpresa, com Vlachodimos na baliza, um quarteto defensivo composto por Gilberto, António Silva, Otamendi e Grimaldo — Bah ficou de fora a cumprir castigo —, ainda Florentino e Chiquinho na linha média, e João Mário, Rafa e Aursnes no apoio ao ponta-de-lança Gonçalo Ramos. No banco de suplentes, o treinador do Benfica tinha ainda para poder chamar durante o jogo Lucas Veríssimo, David Neres, Gonçalo Guedes, Musa e João Neves, os quais foram mesmo a jogo na segunda metade da partida, mas também Samuel Soares, Schjelderup e Rafael Rodrigues.

Do lado do Boavista, o técnico Petit apresentou um “onze” com Bracali entre os postes, Pedro Malheiro, Cannon, Sasso e Bruno Onyemaechi na linha defensiva, Bruno Lourenço, Makouta e Ibrahima Camará no meio-campo, com Salvador Agra e Ricardo Mangas a aparecerem nas alas para o apoio a Yusupha, o homem mais adiantado do conjunto axadrezado. Já no banco de suplentes, Petit teve ainda para lançar ao longo do jogo as opções César, Robson Ris, Gorré, Bozeník, Masa, Vukotic, Filipe Ferreira, Martim Tavares e Luís Santos.

Com os respectivos argumentos, Roger Schmidt e Petit lançaram as duas equipas para o jogo naturalmente com o mesmo objectivo da vitória mas com níveis de responsabilidade diferentes, isto porque o Benfica não podia perder, num jogo em que ao Boavista apenas era pedido que dessem tudo para fazer “o melhor resultado”, consciente de que o favoritismo assentava por completo sobre os ombros dos encarnados.  E a verdade é que o Benfica entrou melhor no jogo mas o Boavista conseguiu levar a partida para o intervalo sem que o marcador tivesse funcionado, até porque, a bem da verdade, a equipa da casa apenas conseguiu um remate enquadrado com a baliza no primeiro tempo do jogo, perante um adversário que não incomodou de todo o guarda-redes Vlachodimos.

Após o recomeço da partida, o Benfica chegou mesmo ao golo, ao minuto 55', conseguido pelo lateral direito Gilberto, ele que foi titular nesta partida em face da ausência de Alexander Bah, mas logo a seguir, que o mesmo é dizer três minutos depois, Ysupha fez o golo do empate, colocando algum nervosismo junto dos adeptos benfiquistas. Já na equipa de Schmidt propriamente dita, e ao contrário do que se poderia esperar, o Benfica não acusou o golo sofrido, continuou a jogar mais no meio-campo contrário, perto da baliza de Bracali, e ao minuto 72' viu Rafa ser carregado na grande-área com o VAR — Bruno Esteves — a chamar o árbitro Hélder Malheiro para que visse as imagens do lance. O juíz da partida analisou a jogada e apontou para o castigo máximo, mas João Mário, na cobrança, permitiu a defesa de Bracali, falhando assim o primeiro penalti na presente temporada.

Uma vez mais a equipa do Benfica não deixou de acreditar e soube-se mais tarde que o jovem Gonçalo Ramos disse a João Mário que iria marcar um golo para lhe dedicar depois daquela falha. E o certo é que ao minuto 82', o mesmo Gonçalo Ramos entrou em dribles a partir do lado direito da grande-área do Boavista e, depois de ultrapassar dois adversários, rematou de trivela para o poste mais distante fazendo o 2-1. A vencer, o Benfica não baixou o ritmo, Roger Schmidt refrescou a sua equipa e foi Petar Musa, curiosamente um ex-boavisteiro, que ao minuto 90'+02' fez o terceiro golo para o Benfica, fechando o resultado em 3-1 e garantindo em definitivo a conquista dos três pontos.

O Benfica volta assim a assumir a liderança do campeonato da I Liga com cinco pontos de vantagem para o FC Porto, isto à entrada de uma semana em que os dragões irão ter que se bater com o Inter de Milão na primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, já na próxima quarta-feira. O Benfica só voltará a entrar em actividade no próximo sábado, dia 25, no terreno do Vizela, em jogo da 22ª jornada da I Liga, enquanto que o Boavista, em oitavo lugar na I Liga com 26 pontos depois deste embate na Luz, os mesmos pontos do Vizela, Chaves e Portimonense, jogará no domingo, dia 26, uma vez mais fora de casa, no terreno do Paços de Ferreira.

Fica assim deste jogo a conquista dos três pontos para o Benfica, mais um golo de Gonçalo Ramos na I Liga que desta forma se destaca na tabela dos melhores marcadores, ele que para além do jogo assinou uma excelente prestação, sendo mesmo nomeado como o melhor jogador em campo.

texto: Jorge Reis
fotos: Luís Moreira Duarte
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