A jogar em casa, com as bancadas do Estádio do Dragão quase lotadas, o FC Porto até ganhou o primeiro tempo, e ao intervalo tinha uma vantagem de dois golos. Só que o adversário, o Vitória de Guimarães, que chegara à Invicta com duas derrotas nas duas primeiras jornadas, regressou ao jogo determinado a dar a volta aos acontecimentos e acabou mesmo por ganhar a segunda metade da partida, garantindo um resultado melhor do que aquele antes conseguido pelos dragões, dando a volta ao jogo e, “com estrondo”, acabou mesmo por garantir o triunfo final, por 2-3, resultado que permitiu para os vimaranenses a conquista dos três pontos no terreno do campeão nacional.

Tal como já tinha acontecido na jornada anterior, então frente ao Belenenses, o FC Porto esteve a vencer por dois golos e permitiu que o adversário voltasse a empatar o jogo. Só que ao invés do que acontecera no relvado do Estádio Nacional, onde os pupilos de Sérgio Conceição acabaram por marcar o terceiro golo e venceram por 2-3 na casa emprestada dos "azuis", que este ano não são do Restelo mas antes do Jamor, a verdade é que no Dragão o golo decisivo acabou por ser apontado pelo Vítória de Guimarães, por Davidson, para um triunfo vimaranenses que acabaria no final por ser considerado pelo próprio técnico portista Sérgio Conceição.

No primeiro tempo, porém, os indicadores apontavam para a concretização do favoritismo do FC Porto que se adiantou no marcador com um primeiro golo aos 37 minutos através de Brahimi, o melhor dos jogadores do F CPorto enquanto esteve sobre o terreno, isto porque viria a deicar a partida já no segundo tempo por lesão. Já depois do primeiro golo do jogo, uma falta cometida João Teixeira deveria ter sido sancionada com uma grande penalidade mas árbitro nada assinalou.

Pouco depois, André Pereira marcou o segundo golo para o conjunto portista num lance de bola parada em que estava claramente em posição irregular no momento em que pontapé livre foi convertido a partir do lado esquerdo do ataque do FC Porto. Alex Telles cruzou, André Pereira surgia adiantado numa situação que deveria ter dado lugar ao assinalar de um fora-de-jogo, mas uma vez mais o árbitro nada assinalou e o vídeoárbitro também não deu sinal de si, permitindo que os dragões passassem a vencer por 2-0. O problema, porém, era bem mais grave, porque acabaria por se saber depois que tanto na queda de João Teixeira, em que ficou por assinalar uma grande penalidade clara contra o FC Porto, bem como no segundo golo portista, o vídeoárbitro nada assinalou simplesmente porque na segunda metade do primeiro tempo as comunicações com a Cidade do Futebol, onde estava o vídeoárbitro, simplesmente “caíram”, não havendo por isso forma do árbitro recorrer à ajuda da vídeoarbitragem.

Em termos práticos, o FC Porto chegou ao intervalo a vencer por 2-0, num jogo que estava desde logo ferido por irregularidade grave que a equipa de arbitragem no terreno não sancionou e o vídeoárbitro, sem comunicações, não pôde assinalar. Acabaria por valer a capacidade do Vitória de Guimarães conseguir escrever direito por linhas tortas, dando a volta ao marcador e vencendo o jogo. Ao minuto 51, Brahimi saiu lesionado e a verdade é que o FC Porto acusou a ausência do argelino. Ao invés, Ola John foi chamado ao jogo na equipa do Vitória e ao minuto 61 o holandês viria a ser carregado em falta dentro da área de rigor do FC Porto, justificando-se a grande penalidade de imediato assinalada e convertida por André André.

O Vitória de Guimarães acordou, acreditou, e melhor ficou quando, ao minuto 76, Tózé, outro ex-jogador do FC Porto, marcou o golo do empate no jogo. Os adeptos portistas terão tremido, mas habituados a ver a sua equipa a vencer em casa terão continuado a acreditar, mas o balde água fria viria a surgir mesmo, quando Davidson, sobre o minuto 88, desferiu um pontapé fortíssimo dentro da área do FC Porto, batendo Casillas pela terceira vez e ditando a derrota do campeão nacional. O Vitória de Guimarães mereceu claramente o triunfo, arrecadou os três pontos, com uma vitória que já não conseguiu no terreno dos azuis e brancos há 22 anos. Num jogo em que a falha das comunicações com a Cidade do Futebol poderia ter provocado um enorme "caso” no futebol português, acabou o resultado por traduzir o que realmente se passou dentro das quatro linhas, com uma vitória merecida por parte do conjunto vimaranense.

texto: Jorge Reis
fotos: reprodução ©Twitter

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