Foi já com elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP) à beira do relvado a separar os grupos de trabalho do Real Sport Clube e do Clube de Futebol Estrela, e depois de insultos, quezílias e um ambiente incendiado que jogadores e dirigentes das duas equipas recolheram aos respectivos balneários no Complexo Desportivo do Real.
Para trás, naquele momento, já tinha ficado um jogo concluído com um empate (1-1) marcado por uma expulsão para cada lado, um golo do Estrela logo no primeiro minuto da partida, uma lesão grave de um jogador do Real, João Ventura, evacuado de ambulância depois de uma fractura na perna direita, ainda o desmaio em campo do guarda-redes Filipe Mendes depois de ter levado com a bola em cheio no rosto, a expulsão do técnico estrelista Rui Santos por protestos, o golo do empate para a equipa da casa sobre o minuto final do jogo e muitos momentos “quentes” dentro e fora das quatro linhas.
fotos: Luís Moreira/LusoGolo
Do lado meramente desportivo, o Estrela, que chegou à vantagem praticamente no primeiro lance do jogo e que teve tudo para somar os três pontos, só se pode queixar de si mesmo já que teve diversas oportunidades para “fechar” o jogo com um segundo golo, ainda mais se tivermos em conta que o Real esteve a jogar apenas com 10 elementos a partir do minuto 27', altura em que o lateral esquerdo Vítor Sanches da formação do Real foi expulso por acumulação de cartões amarelos.Certo é que, mesmo em superioridade numérica, o Estrela não conseguiu construir lances de efectivo perigo para a baliza do Real e a equipa da casa, sempre bem organizada no sector defensivo, fez pouco na frente mas fez bem. De tal forma assim foi que, nomeadamente na segunda parte da partida, visou por três vezes a baliza contrária e à terceira, num lance de grande qualidade por parte do avançado brasileiro João Magno, chegou mesmo ao golo para o empate do jogo já nos minutos de compensação dados pelo árbitro Diogo Coelho.
fotos: Luís Moreira/LusoGolo
O Estrela já estaria a dar como certos os três pontos, o Real nunca deixou de acreditar e conseguiu mesmo a divisão de pontos, os ânimos já tinham aquecido ao minuto 80' quando o guarda-redes Filipe Mendes viu a cartolina amarela quando o jogo estava parado depois de uma carga de Sandro Silva sobre Xavier Fernandes, e a verdade é que do golo do empate para o Real resultou também o espoletar de incidentes curiosamente na bancada, onde se encontravam os suplentes das duas equipas.
Porque tudo aconteceu quase sobre o apito final do árbitro, os incidentes que se verificaram na bancada “desceram” para o relvado logo que o árbitro deu o jogo por concluído e inflamaram elementos de ambas as equipas para uma discussão generalizada que só terminou já depois da chegada de mais elementos da PSP e da troca de insultos em vozes elevadas.
fotos: Luís Moreira/LusoGolo
É caso para dizer, aliás, que os insultos de parte a parte e as tentativas de agressão só não marcaram mais este jogo porque a PSP não o permitiu e porque o mesmo decorreu ainda sem a presença de público, cumprindo as determinações da Direcção Geral de Saúde que continuam para já a proibir o público em jogos de futebol em Portugal Continental.
Fica para a competição o registo de um jogo em que o Estrela chegou à vantagem com um golo de Horácio Jau no primeiro minuto da partida, e o Real empatou pelo avançado brasileiro João Magno, jogador que alinha no Real por empréstimo do Grémio Anápolis, tudo para uma divisão de pontos que assenta na perfeição no final do jogo em face daquilo que se passou sobre o relvado do Complexo Desportivo do Real.
fotos: Luís Moreira/LusoGolo
Para a estatística deste jogo da terceira jornada da Série G do Campeonato de Portugal, o “onze” inicial do Real Sport Clube surgiu formado por Filipe Mendes; Marcos Barbeiro, Sandro Silva, Daniel Almeida e Vítor Sanches; Mateus Fonseca, João Lameira, Ibraim Cassamá e João Ventura; Ballack e João Magno. O técnico André Gomes fez alinha ainda Rui Batalha, Paulinho, Carlos David, André Salvador e André David.
Já do lado da turma visitante, o Estrela começou a partida com Filipe Leão; Sérgio Conceição, José Pedro, Yuran Fernandes e Edu Duarte; Horácio Jau, Romano e Laton; Luís Mota, Paollo Madeira e Diogo Leitão. Jogaram ainda às ordens do treinador Rui Santos também Xavier Fernandes, Diego Zaporo, Telmo Watche, Miranda e Filipe Gaspar. O árbitro da partida foi Diogo Coelho, auxiliado por João Trigo e João Almeida.