Qual a atitude a tomar perante as praxes académicas? Os leitores do LusoNotícias responderam, no inquérito online, e a maioria (47,6%) manifestou-se favoravelmente à respectiva proibição . Nesta sondagem digital, publicada pelo LusoNotícias na sequência da tragédia da praia do Meco, na qual morreram seis estudantes universitários em circunstâncias ainda pouco claras, mantendo-se a suspeita de terem sido realizadas praxes académicas naquela fatídica madrugada de 15 de Dezembro, o apelo à regulamentação seduziu um número considerável de leitores (38,1%), poucos defendem que se deve ignorar a questão (9,5%) e ainda menos se mostram sensíveis a punir esta prática (4,8%).

Certo é que o tema esteve em debate nos últimos meses devido ao trágico acidente do Meco, onde os seis estudantes da Universidade Lusófona perderam a vida quando as seis vítimas mortais e o único sobrevivente terão sido surpreendidos por uma onda. Até hoje não foram esclarecidas as circunstâncias da morte dos estudantes, mas a presença do grupo no Meco estava, ao que tudo indica, relacionada com praxes académicas.

Mais recentemente, no mês passado, recorde-se, mais três estudantes morreram, estes em consequência da queda de um muro junto a um campus da Universidade do Minho. A presença dos estudantes no local resultou, também aqui, com rituais semelhantes às praxes académicas.

A praxe académica - conjunto de práticas que, alegadamente, visam a recepção e integração dos novos estudantes nas instituições de ensino superior - surgiu no ambiente estudantil em Portugal na Universidade de Coimbra. Com regras próprias, possui uma espécie de código de conduta e conheceu ao longo dos tempos adaptações aos rituais aplicados, mas também períodos de proibição na sequência de abusos e práticas tidas como violentas.

Nos últimos anos, as práticas de Coimbra foram adoptadas nas restantes instituições de ensino superior e ultimamente muito contestadas, em diversas universidades e institutos politécnicos, dada a natureza abusiva de algumas prácticas.