Concluidas as profundas obras de remodelação a que foi submetido o sumptuoso espaço do Palacete dos Condes de Monte Real, este espaço, adquirido pela Dimalu-Sociedadede Administrações Agrícolas e Prediais S.A., cuja sócia única é, desde 2017, a empresária Emily Kuo Vong, é agora um novo “spot” da cidade de Lisboa dedicado à cultura. Na zona da Lapa, em Lisboa, será assim inaugurado este novo espaço cultural na próxima Quinta-Feira, 14 de Fevereiro, pelas 13 horas, inauguração que deverá contar com a presença de numerosas personalidades de relevo da sociedade portuguesa, bem como figuras públicas internacionais, que se distinguem em áreas tão distintas como a politica, a economia e a cultura.

Emily Kuo Vong, empresária natural de Xangai actualmente a viver em Portugal, recuperou e remodelou este imóvel histórico da capital, sendo agora, devolvido aos lisboetas como um espaço singular, dotado dos melhores meios para acolher eventos culturais. Reconhecida pelo seu empreendorismo em projectos de indole cultural, Emily Kuo Vong decidiu assim restaurar a totalidade do Palacete dos Condes de Monte Real de forma a preservar este marco histórico da cidade de Lisboa, conferindo-lhe uma nova vida e alargando a oferta cultural da capital. É de realçar que, todas as fachadas, áreas e elementos de interesse patrimonial foram mantidos nas suas características originais, nomeadamente os azulejos e numerosos elementos decorativos.

Como presidente da “International Federation for Choral Music”, Emily Kuo Vong teve a feliz iniciativa de ceder este novo espaço remodelado para que seja a sede desta federação a qual irá trazer, já no próximo mês de Julho, o “World Choral Expo”. Trata-se de um importante evento de dimensão internacional que promete atrair milhares de turistas de todo o mundo, incentivando o culto da música coral em Portugal.

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O “World Choral Expo” do IFCM é um evento para todas as idades que reúne os melhores coristas, maestros e compositores, afirmando-se como um projecto de colaboração entre a Europa, América do Norte, América do Sul, Africa e Asia. É de registar, ainda, que o Palacete dos Condes de Monte Real será, também, a sede da sociedade “International Cultural Center – ICC”, a qual terá como principal objectivo a preservação e difusão das artes, cultura e música.

Emily Kuo Vong e um palacete único em Lisboa

Sobre esta empreendedora empresária natural de Xangai, Emily Kuo Vong iniciou, logo na infância, a sua educação musical, mantendo desde 1981 uma relação muito próxima com diferentes culturas, tendo imigrado de Xangai para Macau, Portugal e Estados Unidos. Com um notável percurso ligado às artes, Emily Kuo Vong distingue-se, desde então, por um singular sucesso no meio musical e como empreendedora de projectos culturais de enorme relevância internacional.

Emily Kuo Vong desempenha actualmente as funções de presidente do “Chinese American Inter Cultural Exchange Foudation”, sendo ainda presidente da “International Federation for Choral Music”.

Emily Kuo Vong

Já em relação ao Palacete dos Condes de Monte Real, localizado na Lapa, na freguesia da Estrela, em Lisboa, teve a sua construção entre os anos de 1916 e 1918, sendo propriedade dos colecionadores de arte Artur Porto de Melo e Faro (1866-1945) e Laura Cardoso Diogo da Silva (1877-1966).

Constituindo-se o edifício como um exemplar único pela exuberância decorativa dos alçados e dos interiores, sendo referenciado por diversos investigadores como um dos imóveis palacianos com mais interesse edificados em Lisboa nos primórdios do século XX, era a residência da família na capital e tinha como grande objectivo preservar e acolher a colecção azulejar dos proprietários. O projecto é do arquitecto José Luís Monteiro (1848-1942), tendo sido construído pelo mestre-de-obras Guilherme Eduardo Gomes, constando no desenho de moradia uma capela invocada e com orago dedicado a Nossa Senhora da Conceição, de grande culto em Portugal.

Além da decoração interior com talhas de oficina de Lisboa, de realçar a notável colecção de azulejos, recolhidos e comprados em inúmeros locais da capital e seus arredores. Reunido num só espaço, o património decorativo desenvolve-se peça totalidade edificada, quer no exterior, quer essencialmente no interior, valorizando-se as artes lusíadas, em detrimento das artes europeias, como acontece noutros exemplos contemporâneos.

Estamos assim neste palacete perante a apologia do conceito e a procura da tipologia Casa Portuguesa, do qual muitos dos arquitectos nos inícios do século XX procuravam recriar em território nacional. Pela conjugação de todas as componentes decorativas, o palacete Monte Real constitui-se como um notável conjunto artístico edificado na cidade de Lisboa.

© LusoCultura

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