Um golo de Herrera em cima do minuto 90 permitiu ao FC Porto vencer o Benfica no Estádio da Luz, em jogo da 30ª jornada da Liga NOS, e regressar à liderança do campeonato, isto quando faltam apenas quatro jornada para a sua conclusão. O Benfica, que entrou muito bem no primeiro tempo, dominando e criando oportunidades flagrantes de golo, nomeadamente por Cervi e Pizzi, este último a obrigar Casillas a uma intervenção de enorme dificuldade, acabou por cair de produção no segundo tempo, altura em que o FC Porto cresceu, dominou, e acabou mesmo por marcar ditando o resultado final.

Num Estádio da Luz lotado por mais de 63 mil espectadores, o Benfica foi assim incapaz de segurar sequer o empate, que lhe daria acesso a manter-se na frente do campeonato. Mais determinado, mais confiante, o FC Porto foi crescendo ao longo dos noventa minutos, em sentido contrário ao que o Benfica ia seguindo. Aqui e ali, a arbitragem de Artur Soares Dias dava contas de algumas falhas, como um cartão amarelo que deveria ter exibido a Sérgio Oliveira no segundo tempo por falta sobre Grimaldo, que permitiria o consequente vermelho e deixaria o FC Porto a jogar apenas com 10. Certo é que não foi por causa do árbitro que o Benfica baixou de produtividade, devendo a equipa encarnada queixar-se de si mesma por aquilo que não conseguiu fazer.

Num jogo que o Benfica começou a perder ainda antes do início, quando se soube que Jonas não tinha recuperado da lesão que o vem afectando há algum tempo e que por isso iria ficar de fora, entrando Raul Jiménez para o seu lugar, Rui Vitória, o treinador do Benfica, deu conta de alguns indicadores de satisfação com o empate quando começou a operar as alterações no seu "onze" inicial, tirando Rafa Silva para a entrada de Sálvio, quando Rafa era um dos elementos que estava a mexer mais com o jogo, e tirando depois Cervi, outro dos elementos mais rápidos dos "encarnados", para a entrada do grego Samaris, um elemento mais para segurar o meio-campo e, naturalmente, “agarrar” aquele empate que então se vivia e que seria útil ao Benfica como resultado ainda assim positivo.

O problema do Benfica é que, como acontece quase sempre, uma equipa que não procura vencer e se contenta com o empate acaba por ficar mais perto da derrota, principalmente quando tem pela frente um adversário determinado e para quem só o triunfo interessa. O FC Porto nunca baixou os braços e, a partir do seu banco, o técnico Sérgio Conceição dava indicadores efectivamente contrários aos de Rui Vitória, dando conta da vontade dos "azuis e brancos" em conseguiram vencer o jogo.

Sérgio Oliveira, que já tinha um cartão amarelo, foi tirado do jogo logo depois de ter sido poupado pelo árbitro ao segundo cartão para a entrada de Oliver Torres. Também Jesus Corona, um extremo rápido, entrou para o lugar de Otávio, e Aboubakar, avançado que esta época foi determinante no ataque dos dragões, substituiu um já cansado Soares, em alterações que visaram sempre manter o sentido ofensivo da equipa portista.

Acabou assim o golo para o FC Porto por aparecer em cima do minuto 90, com Herrera a conseguir fazer um remate forte no meio de um grupo de jogadores, com o guarda-redes Varela ainda a tocar na bola mas sem nada mais poder fazer para impedir a festa azul-e-branca.

Curiosamente, e ainda nos descontos, Zivkovic foi derrubado na área do FC Porto bem em frente a Artur Soares Dias, num lance em que ficou clara a existência de uma grande penalidade que o árbitro não quis assinalar. O jogo ainda esteve parado por instantes para que fosse consultado o vídeo árbitro, mas o árbitro de campo e líder de equipa de arbitragem, que viu o lance pois passou-se mesmo em frnete a ele, terá entendido que Zivkovic terá simulado a queda e não alterou a sua posição. Certo é que a falta existiu mesmo, e ainda que o extremo do Benfica tivesse acentuado um pouco o movimento depois de sentir o braço do adversário, este não poderia ter efectuado o corte daquela forma, pelo que haveria que ter sido assinalada uma grande penalidade.

Apesar de tudo, o Benfica terá que se queixar principalmente de si mesmo já que, no jogo jogado, e no acumular das duas partes, o FC Porto esteve efectivamente melhor e mais determinado em busca do triunfo que conseguiu, e que lhe permitiu fazer a festa no relvado do Estádio da Luz, uma festa já com cheiro a campeonato. Do lado dos "encarnados", terão agora que esperar pelo milagre de um deslize portista, sem poderem eles, os benfiquistas, deslizar, sob pena de verem o Sporting aproveitar na luta pelo segundo lugar no campeonato, o tal que dá direito ao aceddo à Liga dos Campeões.

reportagem: Jorge Reis
fotos: Luís Moreira

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